Quem sou eu

Me abre, me lê, confessa. Sou eu quem sei todos os seus segredos traduzidos em meus conflitos. Vem

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Ojesed

Ele estava sentado na cama, suado e exausto. Olhou para trás e a viu enrolada nos lençóis, a sua beleza inconfundível mesmo de costas, a lua que adentrava a janela entreaberta do ninho de amor realçava as curvas dela, o desenho de sua pele àquela luz era quase divino.
Ele se sentia confuso com tudo, a noite havia sido perfeita, o jantar, as flores, as risadas e até mesmo o sexo. Mas ele sentia que ainda lhe faltava algo, algo que talvez ele mesmo havia criado em sua perspectiva de vida. Lhe faltava algo ao qual ninguém nunca soube explicar, o que era, de onde vinha ou como conseguir... Coisas como essas deveriam vir em manuais, detalhadamente explicados, não com aqueles termos difícieis "ocitocina, serotonina...".
Ela se virou, afagou-lhe as costas do namorado e perguntou porquê ele estava acordado. Ainda em um tom meio distante, ele tentou disfarçar, disse que não era nada.
Mas ela não se convenceu, parecia saber o que ele pensava e respondeu, mesmo sem nenhuma pergunta ter sido lançada:
- Você ainda se preocupa com isso, meu bem? Eu estou aqui com você, eu te amo.
Ele levantou a cabeça, não a olhou, faltou-lhe coragem.
- Não é você o problema, sou eu. Não sei se estou pronto para isso que chamam de amor, aliás eu desconheço o que seja isso, fico assustado à menor menção desta palavra. Não me sinto uma pessoa por completo e que tenha capacidade para então, amar outra.
Ambos calaram-se, o silêncio pesou em seus ouvidos. Até que ela falou:
- Mas não se prenda. Não ache e tome como verdade para si o que os outros dizem, experimente, viva. Não se deixe prender por não ter coragem de enfrentar a realidade.
Ele finalmente conseguiu encara-la:
- Estou preso porque quero, é tão mais reconfortante para mim viver nesse mundo criado por mim... aonde conceitos como 'amor' são apenas banais e...
- Shh... - ela o interrompeu - Então esqueça esses conceitos, esses rótulos. Esqueça todas essas idéias que plantam em sua cabeça. Nunca lhe disseram que definir é limitar? Apenas te peço que viva, e então descubra, tudo em seu tempo, o que vc quer descobrir.
Ele assentiu com a cabeça, e se sentindo muito mais leve beijou os lábios da namorada e deitou-se ao lado dela. Seus pensamentos voaram longe com o desfecho daquela noite.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"Amorestesia'

Na inapetência do meu ser, sem ter mais no que e aonde viver, eu vivi. Mas vivi com aquela sensação de morte e prisão, com alguma coisa que pulsava inquieta em meu íntimo me fazendo questionar o porque daquele sentimento que me prendia como uma teia invisível e não me deixava aproveitar aquela talvez aterradora liberdade a qual eu nasci para.
Não sei se por conforto em meu íntimo, eu sinta apenas para ficar preso e não sofrer ou poder ter algo para culpar. Eximir-se de qualquer culpa parece tão delicioso, por pior que seja.
É talvez, algo que eu devesse aprender a controlar, engraçado como as certezas nos fogem da cabeça e as vezes nos desestruturam por completo. Mas é diante de todas essas verdades, e percebendo para o que eu nasci, que eu tenho cada vez mais certeza da minha necessidade, mesmo isso fazendo com que eu me torne vulnerável, mesmo isso me concedendo de graça um ponto fraco. A sinestesia dos meus amores não passa de nada além de uma tentativa falha para me assegurar de qualquer sofrimento.

E eu não quero mais.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Bolso da calça

Pra qualquer um que visse de longe, seria apenas um pedaço velho e amassado de papel. Eles não teriam a noção de quantas lágrimas já haviam sido derramadas por aquele 'trapo' feito de celulose, que agora não passava de um pedaço de nada, que dois amigos insistiam em guardar entre si.
Aquele pedaço de papel, estático no asfalto escaldante não parecia sentir mais as agressões físicas e possivelmente emocionais que aquele quase sertão poderia despertar. Mas como uma bailarina, veio dançando com a brisa leve, que o carregou por aquela ladeira, rodeada por gigantes espectadores, silenciosos, que arranhavam o céu azul. O pedaço de papel descia, com a graciosidade de um baile perfumado, aquilo que lembrava uma montanha íngreme. Mas ele, o papel, já não sentia mais nada, não ouvia mais nada e nem falava. Porque o que estava escrito nele fazia com que as pessoas fugissem, como se fosse uma mentira de tamanho sem igual. Aquilo que estava escrito nele, jazia das lembranças póstumas de dois amigos, que já não se viam mais.
O pedaço de papel rolou e aportou em meus pés, virado para cima, aonde era possível ver o que tanto temiam os mortais, como se aquilo os fosse marcar a ferro e fogo. Eu pude então, ler, em letras garrafais, escritas com tanta força que pareciam penetrar o papel quase de um modo obsceno.
Eu li as três palavras que levariam qualquer mente humana fraca à loucura, mas que seria capaz de acalentar qualquer que soubesse dosá-las, quase omeopaticamente.
Eu li, e tomei para mim o significado daquelas três palavras, juntas em uma frase só, que eu aprendi a partir desse dia.

Eu dobrei o papel e o coloquei no bolso traseiro da calça, senti quase um frênesi imediato e então, para aquele que se postou diante de mim, e me deu um anel, eu proferi as três palavras mágicas: Eu te amo.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Laranja

Ele não fazia idéia de onde estava, desconhecia aquele lugar, aquela cama e aquele cheiro... parecia laranja, com aquele cheiro cítrico e doce, que inflamava os ânimos e afagava o desejo.
O quarto era pequeno e simples, uma cama, uma estante com alguns livros, uma janela e uma porta branca, que estava entreaberta e parecia desembocar numa cozinha.
Ele continuava inquieto, sentado na cama e esperando alguém para tira-lo daquele desespero que era quase acalentador. Alguém vinha chegando pela porta, ele conhecia aquela silhueta e o cheiro, que misturava laranja e o cheiro que só ele tinha, ah o cheiro.
Ambos deitaram na cama e se mantiveram, inquietamente, estáticos, com medo de qualquer ação brusca para uma reação ainda pior. Cada um podia farejar o desejo transpirante pelo outro, mas fingindo que isso nunca existiu, viraram-se de costas. Por um momento tudo parecia ter aquietado, nem mesmo as moléculas de oxigênio pareciam circular pelo ar.
Mas, como se cada passo tivesse sido arquitetado, a mais perfeita reação ocorreu entre os dois corpos semelhantes, opostos e dispostos, que se atrairam mutuamente para o que a noite os oferecia. Uma tentação, uma mordida "ai!" uma carícia afagava. Era quase um processo de unificação de corpos, se não fosse pela diferença hierárquica e espacial do momento. E tudo se repetia, apenas aumentando a dose e a intensidade, até que finalmente... ambos tombaram cansados para os lados.

Hematomas, arranhões, um lençol lascado e aquele cheiro de laranja foram os produtos daquela reação irreversível.

Salivando um beijo, teu

É laranja, tudo aquilo que não tem sabor e nem cor.
Talvez, laranja, tudo aquilo que me lembra você.
Como uma laranja que vai se despindo aos poucos daquela casca verde, e mostrando para o mundo o seu verdadeiro valor. Quase o seu verdadeiro 'eu'. Um interior saboroso, que mesmo com a afirmação de muitos, poucos foram aqueles que já a desfrutaram.
E mesmo que lhes pareça desinteressado, é só charme e faz parte dela, como nunca o fez antes, tem medo do que possa acontecer.
"Tá tudo bem com você?" Melhor agora, que tenho você á minha volta simulando um toque que faz desabrochar.

Mas olha, mesmo com tanta coisa no caminho, não esquece da laranja que me faz ficar bem mais.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Mais uma canção.

A minha cara de bobo não nega.
O meu olhar perdido afirma,
o que meu riso frouxa anuncia.

Você me encantou e sem nenhum esforço me levantou do chão, trouxe pras nuvens e me mantem encantado.
É incrível como todos os termos difíceis e interessantes que eu tento aprender não fazem mais tanto sentido para mim. Está tudo tão azul e eu estou "pronto para seguir", murmurando e escrevendo coisas que me lembram você... 'tudo ainda é muito pouco'.
Voltar para casa e em meu refúgio, como um clandestino, poder falar com você mais um pouquinho.
Me faltam palavras e capacidade para escrever e descrever o que acontece quando o canarinho me trás notícias do lado de lá, do seu mundo.

E apesar de tudo, minhas aflições parecem cada vez mais à flor da pele e o meu medo me domina de vez em quando. Só você sabe o que dizer para acabar com essa aflição.

domingo, 28 de novembro de 2010

Chegou e já foi.

Minha felicidade é clandestina, e é muito ousada. Ela vem como uma menina brincalhona, que nunca sabe a hora de parar, mas conquista todos ao redor. Com o seu perfume morno de adormecer ela me cativa com aquele abraços que eu tanto pedia e sonhava. Ela me mostra que não depende de mais ninguém, só de mim, e que as vezes é bom eu lembrar que ela existe.
Com aqueles "olhos oblíquos de cigana dissimulada" ela me desarma por completo, transforma a tempestade que passa em minha confusão sobre assuntos mundanos em nada, e assim me tem em seus braços. Alisa meu cabelo, ela sabe o que eu quero. Me faz cafuné e prepara aquele bolo de banana que perfuma a casa inteira.
A minha felicidade é clandestina, fugitiva, mas sempre volta. É só pensar na lua, gritar por socorro ou apenas sentar e esperar, como quando eu era apenas uma criança inocente, pronto para ir à escola. Ela aparece e me inunda com sua presença.

Minha felicidade? Não sei, só sei que foi assim.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Primeira Vista.

É mais forte que eu, e não sei até que ponto eu consigo segurar esse sentimento. Como sonhar a noite inteira com você, e consciente disso, tentar parar e não conseguir, meu sub consciente mostrou-se mais forte e continuou a me torturar com imagens suas.
Não sei até que ponto me conhece mas sei que apesar de lhe conhecer muito pouco, o pouco que conheço eu gosto. Não sei até que ponto vai o meu sentimento por você, mas por agora é grande o suficiente para me assustar e tirar do eixo.
Penso em você nas horas mais estranhas, e estes sempre me arrancam um sorriso , não importando o quão nebuloso esteja o dia.
Se por apenas alguns segundos eu pudesse lhe mostrar o quão doce a palavra pode ser e como, incrivelmente, você se encontra em meus sonhos, eu seria feliz, mesmo que isso não significasse nada para você.
É engraçado por mais que não deva ser, mas eu só te peço:
- Deixa eu te amar mais um pouquinho?
Você é meu amor platônico, e para sempre será.
Durante dias eu irei te odiar, ficar sem falar com você... mesmo que eu nunca tenha falado. Durante dias eu vou ficar besta quando te olhar de longe e você, mesmo que rapidamente, retribua esse olhar. Durante dias...

Mas durante todo o resto do tempo eu irei te amar, silenciosa e solitariamente amar-te-ei para mim e só pra mim. Como um amante, sempre clandestino.

domingo, 7 de novembro de 2010

Tanto

Preciso de você, minha mulher, minha amante e ouvinte.
Em todo o tempo que passamos, guardando todo o nosso desejo e amor um pelo outro. Por qualquer coisa sempre estavamos juntos e agora sinto tanto a sua falta, como um aperto fundo no coração, aquele músculo estríado cardíaco que você deve tanto conhecer.
Minha mulher, não sabe quanto eu te amo, o quanto preciso de você todos os dias comigo. Me batendo, me entendendo e me olhando com aqueles olhos que eu tanto confio.
Derramar lágrimas por você, faço tanto isso quando aquela saudade me bate no âmago.

"Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom"
E juro, você sabe, que fui fidedigno aos meus mais verdadeiros sentimentos.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Vítima

Eu que conheço cada detalhe dela... tirá-la de mim será como arrancar um pedaço da minha alma. Eu não quero ir embora.

- Por favor mãe, não deixe que a tirem de nós. Aqueles algozes irão matá-la aos poucos.

Eu que aqui nasci não tenho mais direito de permanecer.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Sóbrio

Cada barulho ecoava mais do que insistentemente em meu crânio. Eu estava sozinho e aquela multidão à minha volta parecia uma roda-viva de tantas cores, cheiros e sabores diferentes. Eu ouvia gargalhadas, coisas sem sentido e até algumas que se preocupavam comigo e eu não entendia o porque dessa preocupação, pela primeira vez em muito tempo eu me sentia sóbrio.
Levantei, mas eu não sentia o chão, tombei pro lado no gelo. Estava sem luva e acho que queimei a mão naquele chão gelado, não me importei com isso, era uma coisa tão longe, uma dor que mal chegava a ser processada pelas minhas lentas sinápses. Me ajeitei, com a ajuda de alguns que se julgavam ser melhores que outros, bons o suficiente pra me ajudar. Eu não queria a pena nem a compaixão de ninguém, já disse que estava sóbrio e chegaria em casa sem nenhum problema.
Eu caminhava errante pela rua, as pessoas se esquivavam como se eu fosse algum tipo de doença infecto-contagiosa extremamente perigosa, eu agradeci por não estar mais tão frio quanto eu achei que estava, olhei pra baixo, alguma coisa me chamou a atenção mas eu continuei andando, errante. Foi quando eu me bati com alguém, derrubei algumas coisas no chão e meio tonto comecei a pegar. Eu olhei pra frente e mesmo com a visão turva eu a vi, ruiva. Ela parecia preocupada comigo, mas então eu devolvi suas coisas e tentei seguir em frente, enquanto ela balbuciava algo que pra mim não fazia sentido. Ainda enfeitiçado pela sua beleza, eu não prestei atenção em mais nada à minha volta, eu fitava seus olhos castanhos e ela parecia desenhar um sorriso em seu rosto. Eu me virei, tentei me concentrar no caminho de casa, mas eu já não me lembrava mais nada, estava sóbrio demais. Senti então que alguém segurou meu braço, era ela, cheia daqueles livros que eu tinha derrubado:
- Precisa de ajuda?
Embora tudo o que eu tivesse ouvido até agora não passassem de borrões sonoros, eu pudi ouvir sua voz claramente, aquilo ficou gravado em minha mente, que foi perdendo a visão, o tato, o olfato e todos os outros sentidos aos poucos, antes de sentir o corpo tombar no chão. Sorte que aquela ruiva misteriosa era estudante de saúde e conhecia algumas técnicas vitais. Socorrido e com os sentidos se recobrando aos poucos, eu estava aconchegado em seu colo, perto de uma lareira e longe daquele frio. Eu sabia mais do que nunca que estava sóbrio pela primeira vez, mas enebriado de amor.

Escondido em mim.

Já disse, que cansado de tantas mágoas, eu resolvi me fechar em um castelo de cristal. Consegui, e como consegui, que por tanto tempo as paredes dele segurassem todas as lembranças, as revoltas e as mágoas externas, mas foi preciso apenas um pequeno deslize, uma simples briga e uma tristeza sem tamanho para que o castelo começasse a ruir.
Primeiro foi apenas uma pequena rachadura, eu não me importei, senti até uma nostalgia de sentir tudo aquilo denovo. Mas como uma ferida, foi se abrindo cada vez mais e lá estava eu sangrando a perfeição que a mentira da minha vida já foi.
Pela primeira vez, eu me senti racional, comecei a juntar os cacos daquela mentira e me despir de qualquer indiferença que eu tanto tive, resolvi seguir em frente e resolver cada problema de uma vez, não adiantaria tapar o sol com a peneira para sempre. Mas estava tudo tão diferente, tão mais visceral e sincero, frio como a lâmina de uma faca.
Eu sabia que não estava sozinho, não dessa vez. Os problemas foram surgindo aos poucos e você é um deles. Você é um daqueles problemas que chega e me desarma, toma o meu ar para si e sem respeito nenhum faz eu me apaixonar por um sorriso que tanto me lembrava as tempestades que chorei. Mas dessa vez... esse sorriso me parecia cada vez mais uma solução do que um problema de fato, eu estava feliz com sua volta e estava feliz com você à minha volta, mas só terei certeza de que você é uma solução quando eu puder olhar em seus olhos e reconhecer neles, ou melhor, conhecer neles o seu verdadeiro eu.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Conquista

Eu vinha, tomando o costumeiro caminho que me era oferecido.
Subia aquela escada, cansado do trabalho realizado pelos meus músculos, e o fone em meus ouvidos cantava algo sobre uma conversa de botas batidas. Foi quando, quase em meu destino, eu me deparei com a última pessoa que eu esperava encontrar e a primeira que eu mais queria ver. Fomos pegos de surpresa, mas logo estávamos caminhando e discutindo nossos projetos.
Era engraçado como eu ouvia tudo o que eu sempre quis, ele sabia me conquistar com o que dizia, mas eu me deixava ser conquistado, porque eu queria.
Não sentimos o tempo passar, mas a despedida era inevitável e minhas lembranças chegavam ao fim, junto com aquela música que continuava a falar sobre uma conversa de botas batidas.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Maria Rita

Veja Bem, Meu Bem
Maria Rita

Veja bem, meu bem
Sinto te informar
Que arranjei alguém
Pra me confortar
Este alguém está
Quando você sai
Eu só posso crer
Pois sem ter você
Nestes braços tais

Veja bem, amor
Onde está você?
Somos no papel
Mas não no viver
Viajar sem mim
Me deixar assim
Tive que arranjar
Alguém pra passar
Os dias ruins

Enquanto isso, navegando eu vou
Sem paz
Sem ter um porto
Quase morto, sem um cais
E eu nunca vou te esquecer, amor
Mas a solidão deixa o coração
Neste leva-e-traz

Veja bem além
Destes fatos vis
Saiba: traições
São bem mais sutis
Se eu te troquei
Não foi por maldade
Amor, veja bem
Arranjei alguém
Chamado saudade

sábado, 30 de outubro de 2010

Frieza

Custo a aceitar que seja tudo falso.
Demoro a perceber que talvez seja tudo um jogo.
Difícil pensar que seja um monstro por trás daquele sorriso.

Mas eu sei, que por mais belo que seja seu encanto, já tenho anticorpos suficientes para mentiras. A porta só estará aberta quando me provar a sua sinceridade

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Segredo

Me contaram um segredo, eu gostei de saber.
Sonhei contigo, acordei sorrindo e o seu cheiro ainda estava em mim. A minha vontade de te manter por perto era tão grande que eu quase não resisti e te liguei no exato instante, mas tinha medo do que você pudesse pensar de mim.
Te ver e te ter mais uma vez me fez perceber que eu não deveria nunca ter abandonado da minha vontade de ficar com você. Pra sempre.

Te contaram um segredo, eu sei que gostou de saber.
Sim, eu gosto é de você

sábado, 23 de outubro de 2010

Avesso

Eu estava inquieto na cama, lembrando dos nossos momentos juntos e tentando não chorar pela falta deles, afinal, foi eu quem escolhi quando começar e a nossa infeliz coincidência de ditar o fim.
Revirei-me, tirei o lençol de cima de mim e fui até a janela sentir o bafo quente que aquela noite de primavera me trazia, e apesar de estar vestindo meu costumeiro casaco, eu não sentia calor, sentia apenas a falta de te ter, que vinha seguida de um frio quase inexplicável, atacando as minhas entranhas e revirando sentimentos os quais eu nem lembrava da existência.
Eu fitava aquela infindável noite, algumas poucas luzes na rua chamavam a minha atenção, vez ou outra passava um carro por aquela rua inóspita. Resolvi então ouvir ao meu melhor amigo-material, que trazia consigo a nossa música, ecoando em meus ouvidos e reverberando no meu coração machucado. Tentei deixar de lado, mas era como uma droga pra mim, eu gostava de sentir aquela dor e derramar as lágrimas que você não merecia, um soluço me escapou mas então senti que alguém me abraçou, arrepiei-me ao sentir aquela respiração em meu pescoço e então me virei de frente e para a minha surpresa, não era você e nem de longe se parecia com você. Ele conseguiu tirar os meus fones, me fazer esquecer a música com seus beijos quentes e macios e abraços mais vigorosos que os seus.
Percebi que era inútil lutar contra a inércia do meu ser, o meu corpo já respondia aos estímulos e o meu coração inútil já estava denovo reconquistado e inteiro. E pelo resto da noite eu me perdi do mundo, isolados apenas eu e ele, estávamos bem agora. Só agora.

domingo, 17 de outubro de 2010

Os cachos

Sinto falta de tê-los por perto, aqueles cachos que sempre me foram tão intrigantes.
Balançando ao vento, eu sentia seu perfume de longe, seguido da voz que sempre acalmou minhas tempestades, e mesmo agora, tendo que coexistir com a distância física entre a carioca e o bahiano eu não me esqueço dela.
Quando a saudade aperta, eu choro quietinho, sem fazer alarde para não te assustar.

Meus cachos, minha bailarina, minha nêura e meu amor. Saudade é para os fracos, os amigos têm boas recordações

A Carta

Eu chorei, por todas as lembranças que tenho dos nossos momentos. Mas depois de tanto sofrimento, tantas decepções e desencontros, eu percebi que não haveria mais futuro pra nós dois.
Sinto por ter chegado a esse ponto, a última coisa que quero é te machucar, mas pela primeira vez eu estou pensando em mim, nos meus sentimentos. Tudo isso poderia ter sido evitado se as sentimentalidades tivessem sido expostas de ante mão, mas chegou a um ponto em que o meu querer rejeitou seu amor e todas as suas propostas. Cuidei tanto, mas que o meu coração prefere permanecer sozinho depois de tantos problemas.
Não, não há luz no fim do túnel e a esperança já morreu.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Errei

Eu sumi, não dei sinal de vida e nem de interesse. Cada vez mais distante de você, eu sentia que faltava alguma coisa.
A culpa foi minha, desde o início, se eu te machuquei me desculpe, mas eu tive medo de tantas coisas e você era uma dessas.
Eu que não sabia nada de ti, descobri que sei menos ainda de mim, e nessa escuridão, hesitei e machuquei muita gente e você foi uma dessas.
Me desculpe por tudo, e principalmente por voltar assim, tão inesperadamente. A sintonia me disse alguma coisa.

Deixa.

Eu o olhava fixamente. Tantas coisas tão vivas passavam pela minha cabeça ao mesmo tempo.
Senti um gosto amargo na boca, uma saudade inexplicável e uma vontade de poder abraçar denovo, foi quando percebi minhas mãos atadas por lembranças que eu não me orglhava em ter. Mas você veio, numa ação inesperada para ambos, você partiu a corrente que segurava minhas mãos.

Você estava tão perto denovo, sorrindo. Aquele sorriso que eu tanto amava.
Você estava perto denovo, tão perto que deixamos aquelas lembranças assustadoras para trás e deixamos a nossa amizade fluir denovo.

Eu Te Amo

E tudo fica tão sem graça quando não tem o seu cheiro, a sua presença e nem mesmo traços do seu sorriso, deixados pelo ar e fixados a ferro quente em minha memória.

Não tenha medo, não de mim.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Olhe pra mim

Não posso mais fingir que não sei o que acontece entre a gente. Seus deslizes, sua falta de atenção... apenas me convencem que você não é a pessoa certa. Mas certo ou errado, eu quero ter você.

Olhe em meus olhos e bem lá no fundo você verá todas aquelas palavras que eu nunca lhe disse, toda a minha vontade contida por você. Desespero-me ao ter essas sentimentalidades reveladas, mas olhe e diga sim pra mim, mesmo que eu lembre menos de você. Descorde de meus devaneios, não me importo com isso, apenas olhe pra mim e dê real significado a tudo o que senti por você.

Eu nunca disse que seria a pessoa certa para você, mas esqueçamos esses conceitos sem sentido e vamos viver uma noite de luar ou uma manhã ensolarada de domingo. Mas não diga nada, apenas olhe para mim aqui e agora.

sábado, 2 de outubro de 2010

Eu te levo

Perdido naquele lugar que ele não pertencia, escrevia absorto em seu costumeiro caderno cor-de-palha. A caneta subia e descia, o som dela riscando o papel só cessou quando algo chamou-lhe a atenção na janela de sua prisão, um passarinho azul bicava levemente a janela, como se quisesse entrar. Foi então quando ele deixou o caderno de lado e se encaminhou, vagarosamente e recuperando-se da enfermidade.

A janela era feita de vidro grosso e pesado, ele teve alguma dificuldade em abrir, mas depois de algumas tentativas, conseguiu. O pássaro não entrou, ao invés disso, ao abrir a janela ele sentiu o sol queimar sua pele e o vento entrar pela janela e bagunçar as folhas do seu caderno, ele tentou correr mas as suas limitações ainda eram muitas, o caderno balançava loucamente ao ritmo frenético do vento. Foi então que achou ter ficado louco de uma vez por todas, sentiu-se livre, como quem está caindo... caindo mas sem o chão para segurar. Durante esse tempo, ele sentiu todos os cheiros que lhe foram marcantes. Desde o aldeído da tangerina ao álcool daquele perfume especial.

Ele caiu, até que não pode mais. Acordou, algo doia muito, seu corpo estava doendo por inteiro, tão forte que o estava fazendo perder os sentidos, quase desacordado, ele ouvia pessoas gritando ao longe e uma correria à sua volta. Fechou os olhos e se perdeu no céu, voando com o pássaro para onde o vento quisesse. Mas o cheiro da tangerina nunca cessou

domingo, 19 de setembro de 2010

Presença inquietante

Deitados numa mesma cama, que ensaiava ser grande o suficiente para nós dois. A única coisa que nos separava era aquele lençol branco e velho, remendado como um trapo, mas separava a união de dois corpos quase incandescentes de desejo.
Com um ímpeto colossal, venci a inércia do lençol e o joguei para o lado, e sem pensar duas vezes, colei meu corpo no seu e nos entregamos ao desejo que permeava nossas mentes e nossos corpos febris.
Não importava se tínhamos espectadores, eu não os via, mas tinha certeza de que estavam ali, dividindo o mesmo cômodo que nós e querendo participar da violenta reação que ocorria, aonde nossos corpos eram os reagentes. Nessa desordem crescente perdemos a noção do tempo, e já quase amanhecia quando nossos corpos estavam mais uma vez separados por aquela presença inquietante do lençol branco.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Miragem

Debaixo do sol escaldante, em um breve delírio de febre tersã, eu senti que meu corpo falhava. Senti minha visão desligar-se da vida e seguido de uma queda livre. Mas antes que o meu corpo inconsciente encontrasse o chão de terra, senti que alguem me segurava. Eu não podia distinguir quem era, meus olhos não me obedeciam. Mas eu sabia que poderia confiar em tal pessoa que evitou a minha queda. Senti então um abraço apertado e um cheiro que eu conhecia de longe. Senti em meus lábios, os seus lábios, que agora me faziam recuperar o sentido aos poucos.
Eu guardei e aguardei tudo e todos. Esperei até que a lua anuciasse o frio da noite, para então poder te guardar em meus abraços. Abraços que nunca divide com ninguem, abraços que estavam guardados pra ti.
Sentia-me enjoado, o balanço do transporte não me fazia bem... dormi até que não pude mais, e então virei-me de lado para poder ver em seus olhos aquela cumplicidade que jamais vi em nenhuma outra pessoa. Eu sabia que, independente do tempo que durasse, seria uma experiência incrível.

Precisa de um final...

Tinha tanto para lhe escrever, mas agora pareciam apenas palavras ao vento. Eu perdi a capacidade de junta-las em uma poesia, ou numa prosa... até em uma simples carta que fosse. Eu gostaria que não houvesse necessidade para essa ou outras cartas que eu venha a lhe mandar em um futuro não muito distante, eu só queria poder sentir seu perfume ao vento e presenciar você mais uma vez ao meu redor.

sábado, 28 de agosto de 2010

Amanheceu

Não sei porque sentia isso, talvez tivesse chegado ao fim, eu sentia seu coração pulsando, imaginei que ele estivesse tendo uma certa dificuldade para fazer isso, visto que, eu não o completava mais. Me senti então deixado de lado, traído por aquele que amava e ao mesmo tempo tentando não pensar nisso.
Eu queria apenas lembrar da tarde maravilhosa que tivemos, não queria acordar e te ver chorando. Não. Parece que é o fim, seus olhos eram esmeraldas envoltas por água cristalina, que escorria pelo seu rosto. A beleza daquilo estava em tudo o que passamos, mesmo que nada tenha significado para você o quanto significou para mim. Nos afastamos, após o abraço mais demorado que eu já experimentara, você não chorava mais, isso talvez fosse um bom sinal.
- Obrigado por existir em minha vida
Surpreendi-me com o que falou. Acho que não estava esperando por tal reação vinda de você. Dessa vez, era eu quem chorava, pois sabia da separação iminente.
- Por favor, não fique assim.
Mas já era tarde demais, você já havia despedaçado o meu coração e eu não queria ouvir mais nada. Sem hesitar ou olhar pra trás, coloquei minhas roupas e peguei o meu costumeiro caderno azul. Você tentava balbuciar alguma coisa ininteligível, eu não queria ouvir mais nada o que você tinha pra dizer. Saí pela janela, não teria coragem de encarar a todos na sala com a minha cara de choro. Adeus.

Janta

Cobertos apenas por lençóis, conversávamos sobre coisas mundanas, deitados em posições opostas a um eixo simétrico imaginário, que permeava em nossas cabeças. Conversávamos sobre qualquer coisa, coisas estas que não me faziam muito sentido. Me perdi em determinado pensamento sobre projetos, e de repente estava voando com uma borboleta que passara a pouco na janela.
Ouvi um silêncio e percebi que era a deixa para que eu balançasse a cabeça como que concordar com tudo o que você dizia.
- Você não está prestando muita atenção, não é?
Não estava, de verdade, o sol que inundava nosso quarto lambia a minha pele nua e me arrancava algumas de suor na testa. Levantei, fui ao banheiro tentar clarear a minha imaginação com um punhado de água fresca da pia.
- Você está bem?
Eu não sabia se estava, muita coisa se passava pela minha cabeça na hora, os meus pensamentos eram meros borrões indecifráveis para quem os olhasse de fora, mas eu sabia o que cada um deles significava. Cada cor, forma e cheiro tinha um significado especial para mim. Foi então quando você se levantou, os raios solares que invadiam nosso quarto incidiram sobre você, revelando a perfeição que era o seu corpo, seu rosto, cada pequeno detalhe do seu ser. Aliás, até a sua alma transparecia àquela luz. Você e o seu costumeiro caderno azul.
- Me diz o que aconteceu, por favor.
Uma sinestesia borrava agora o seu rosto, que era perfeitamente talhado a mão. Senti-me culpado por borrar tão perfeita arte, fui então tentar consertar o meu erro e beije-lhe a boca. Seus lábios estavam quentes como o resto de seu corpo, foi então que me perdi naquele calor, já não sabia mais o que era você e quem era eu.
Já era noite, e estávamos abraçados, dessa vez não havia eixo de simetria imaginário, era apenas o nosso sentimento contra aquela noite fria. Minha visão embaçou, pisquei algumas vezes e percebi que estava chorando. Porque caiam aquelas gotas de orvalho, quentes como a manhã, em minha face? Levantei antes que você percebesse, mas um soluço me escapou e você levantou-se de sobressalto. Viu aqueles diamantes líquidos caindo dos meus olhos e me abraçou, tão forte que eu senti todos os meus anseios e receios sendo expurgados. Respirei aliviado, como não fazia a tanto tempo e retribui o abraço, sentindo cada parte do seu corpo, era a última vez que nos veriamos.

domingo, 22 de agosto de 2010

O que faço com você?

Chovia lá fora, aquela chuva fria e sem vida. Eu esperava conseguir dormir com aquele barulho, que era no mínimo agradável, mas sem sucesso. Eu me sentia sozinho naquela imensidão vazia, a qual eu apelidei de cama. Sentei, para tentar acalmar a minha própria carência, foi então quando vi a porta do banheiro entreaberta, a luz estava acesa - "Droga, eu tenho certeza que apaguei..." - me encaminhei ao banheiro, ouvi o som de água caindo, ignorei, provavelmente era a initerrupta chuva em meu coração. Abri a porta do banheiro e fui pego de surpresa por alguem que estava no chuveiro, estava meio embaçado, não pude ver quem era - "Quem está aí? Mãe?" - A pessoa não respondeu. Senti um arrepio no ventre, algo pulsava insistentemente. Me encaminhei até a porta do chuveiro para descobrir quem era aquele misterioso ser que me provocou. Abri a porta e fui tomado pela surpresa e pela felicidade - "O que..." - fui silenciado com um toque - "Shh... Você disse que estava se sentindo sozinho, e disse que me abraçaria. Só vim aqui realizar seus desejos" - impulsionados pelo momento, nos beijamos. Minha cama não estava mais vazia.
O frio e a chuva lá fora já não faziam mais sentido, o dia estava chegando e os raios de sol que invadiam minha janela acariciavam nossa pele nua. Depois de uma noite tempestuosa, a calmaria do sol trazia a realidade e eu sabia que aquilo não duraria muito mais tempo.
Acordei sorrindo e com seu cheiro em mim.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sinestesia

Elas adentraram a carruagem metálica, todas juntas como sempre, algumas de verde e outras de roxo, seus cachos, apesar de incompletos, eram bonitos de se ver. Pareciam meio molhadas, chovia lá fora apesar de estarem protegidas por algo plástico.
Foram guiadas para seus assentos e lá permaneceram, quietas durante toda a viagem, no colo da sua dona e predadora.

Eu estava longe, mas apesar disso sentia o cheiro que elas emanavam e me imaginava devorando-as com a boca cheia de seu suco. Durante toda viagem eu as desejei, suas formas perfeitas me tiravam do eixo e pareciam tão suculentas, mesmo maduras.

Mas eu me aproximava do meu porto, infelizmente tive de abandonar aquelas maravilhosas Uvas que me enchiam os olhos.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O frio mais sincero.

Despido de todo e qualquer conceito pré-definido o qual eu tivesse um dia, eu estava em algum lugar, qualquer lugar, que não fazia sentido para mim. Mas eu sabia e estava a te esperar, aquele frio que se apossava do meu corpo nada mais era do que saudade e ausência sua, mas eu sabia que você nem se quer sabia da existência dessa ausência.
Aquele frio que me amedrontou durante todo aquele dia, não era nada mais do que a sinceridade dos meu sentimentos, esperando sentado no dia mais frio até que você aparecesse e eu pudesse mais uma vez tentar decifrar os seus enigmas. A sua presença inquietante e o seu sorriso mais bonito ainda me deixavam sem reação, era como o frio. Mas era tão sutil, que as vezes nós dois não percebemos, mas ela está no ar, à nossa volta. E quando o frio mais sincero cessar e aquele calor finalmente existir, nós dois saberemos e suavemente as nossas vidas vão se abraçar.

domingo, 15 de agosto de 2010

Tire tudo

Ele me olhava, mas não estava ali, não de verdade. Eu sabia e sentia que era apenas uma máscara e ele sangrava internamente ao me despedaçar com aquele pedaço de sentimentalidades que não valiam mais de nada, afiados como a espada dos templários, só que não haviam neles a determinação necessária para tirar a minha vida, apenas para me fazer sofrer.

- Vamos, termine logo com isso. Tire tudo o que restou em mim, me faça esquecer-te.

Nesse exato momento a sua máscara caiu, e junto com ela, a arma que ele usava em vão contra mim. Ele não tinha mais forças para sustentar a leveza do ser, deixou-se ruir internamente.
Os pedaços de seu corpo caiam no chão e se espatifavam, dando origem a um novo e talvez mais viscéral ser. O seu verdadeiro 'eu' agora aflorava diante o meu estupefato ser, o buraco em meu peito agora pulsava loucamente.

- Você não tem forças, sempre me amou - Ele disse, sua voz parecia mais um silvo.
- Amei sim, não nego. Mas é tudo um passado recente ao qual eu não me orgulho. Mas admito que vivi intensamente tudo aquilo que senti. - Eu respondi, sentia o sangue ferver em minhas feições. Ele então avançou em mim, mas não se parecia mais com aquele monstro que vira a segundos atrás, ele agora era o sorriso encantador que me conquistara uma vez. Deixe-me levar pelo sentimento mais uma vez, até que senti o meu músculo estriado cardíaco ser arrancado de mim. Acabou, tudo escurecia à minha volta e eu o via segurar o meu pulsante coração como um troféu, mais um prêmio para a sua coleção. E eu apenas morria, cada vez menos humano e cada vez mais monstro.

sábado, 14 de agosto de 2010

Num corpo só

Ele estava sozinho naquela noite de sábado.
Tantos amigos e ainda assim ele podia contar os verdadeiros nos dedos das mãos. Enquanto todos se divertiam, ele pensava no que ocorrera recentemente e pensou se realmente valia a pena continuar.
Foi então que aquele tango encheu o ar e veio anunciar uma mensagem. - "Vem na pracinha, estou te esperando." - Era uma mensagem anônima, mas ele sabia quem havia mandado. Vestiu-se e colocou o seu costumeiro casaco, ventava frio lá fora. Enquanto ele caminhava na ladeira, seus pensamentos estavam à mil por hora. Ele se aproximava da pracinha e avistava ao longe aquele que o cativara. - "Achei que não viria." - Foi seguido de um silêncio quase mortal, aonde o único som audível era a respiração pesada de ambos, unidos em um corpo só.

Aonde se esconde?

Não corra de mim, bichinho curioso.
Não se deixe levar pelo que os outros falam de mim, descubra quem sou por si próprio.
Sei que eu talvez seja um pouco maior que você, mas esqueçamos essa diferença. Eu prometo que cuidarei de ti.
Aí - porque me mordeu? Tá certo, vou parar de ser assim e vou parar de correr atrás de você.
Mas quando eu te pegar, não respondo pelos meus atos.

O seu sorriso

Me tira do eixo.
Me atira no peito, do lado esquerdo. Uma flecha indolor que me conquistou.
Me faz perder o dom da fala, e aquele dom de unir as palavras.
Aquele sorriso, o seu sorriso, que me fez apaixonado por você ao mesmo tempo que me amendrontou por todos esses anos.

O seu sorriso, que queria tanto que fosse meu.

Se fosse verdade...

Em um desejo quase contido, desregrado como a minha vontade de te ter em meus braços.
Nesse desespero em que me vejo, só consigo enxergar o seu sorriso em cada vitrine vazia que olho. Imagino o seu cheiro, sua pele quente, seu toque.

E então eu me perco, querendo que tudo fosse verdade.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mr.Hyde

Algo que aparentemente nunca aconteceria comigo, agora não se faz mais de rogado e aparece sem pedir licença.
Essa criatura que parecia um ser amorfo, está agora tomando forma e se fortalecendo diante o meu desespero. Ela esmaga meus orgãos, rasga a minha pele e assume o meu ser como se não houvesse mais nada que restasse de mim. Apenas um erro na fórmula foi o suficiente para que isso aflorasse de tal modo desregrado.
Não quero a compaixão alheia, isso só faz com que a criatura rosne mais alto e a metamorfose se acelere, quero apenas saber o que essa criatura deseja alojada em meu íntimo, roendo minhas lembranças e quebrando todos os meus sonhos.

Mas descubro, e me desespero ao perceber. Me olho no espelho e percebo que sou eu, apenas eu e nada mais. Não há criatura dentro de mim, é apenas a loucura me corrompendo, daqui a pouco não sobrará nada da minha sanidade e então serei o verdadeiro Mr.Hyde dos livros.

domingo, 8 de agosto de 2010

Castelo de cartas

Sei que não estou sozinho, mas sinto como se estivesse.
Aquele tipo de solidão em meio a uma multidão, que muitas vezes você não consegue explicar porque se sente assim. Mas me sinto e queria alguém para me amparar nessas horas.
Me sinto um fantasma sem rumo ao perceber que tudo o que eu sempre achei que fosse meu está agora desmoronando como um castelo de cartas, soprado impiedosamente por aquele vento chamado vida.
Construir prédios, salvar vidas ou desenvolver energias alternativas nunca entraram em tão grande conflito como estão agora em minha mente. Eu não quero mais saber de nada disso, quero sumir de vez.
Sinto aquele cheiro de pólvora e o ar está mais denso à minha volta, é quase uma cortina de fumaça que nunca cessa. Um Fracasso.

How could i be for rental?

É tão estranho desconfiar de você. Saber que apesar de tudo o que a gente passou e depois de tudo o que eu lhe disse, você não passa de uma mentira, de pura dramaticidade e falsidade, uma brincadeira de mal gosto.
Mas não, eu não me importo, eu aprendi a ser assim com você, frio e mentiroso, apesar de não ser capaz de fazer com você o que tentou fazer comigo.
Quer dizer, talvez eu esteja errado e talvez tudo o que aconteceu não tenha passado de pura coincidência. Gostaria que fosse isso na verdade, mas os fatos me levam a crer que tudo não tenha passado de um plano.
Não sei se foi por ciúmes, infantilidade ou raiva de mim, mas por favor, antes de fazer qualquer outra coisa parecida com essa, venha e me diga na cara o motivo, não se esconda atrás de ninguém.

Não deixe que o Fracasso lhe suba à cabeça.

Eu encontrei você

Imutável aos acontecimentos e esquecendo-se das pessoas ao redor, você veio a mim, desafiando o meu ser e o meu querer. Mas eu queria. Sim, queria repetir tudo aquilo que fizemos tão naturalmente em um passado não muito distante.
Dessa vez não foi diferente, mas havia algo a mais: A nossa sintonia. Sim, guiados apenas pela sintonia, nós sabíamos os maiores delírios que estávamos prestes a realizar. Mas algo mais forte nos fez parar, algo que eu não sei explicar ou colocar em palavras. Algo que nasceu do nosso íntimo e nos fez mais amantes. Mesmo com o nosso desejo ardendo em brasa, era o suficiente estarmos abraçados ouvindo nossos corações em uma frenética batucada.
A nossa sintonia se concretizava a cada batida desesperada do nosso músculo estriado cardíaco.

sábado, 7 de agosto de 2010

Decifro-te ou me devoras

Me pego pensando em como posso sentir uma coisa tão forte por alguém que mal conheço. Me pego pensando em você.
Sempre com suas caras indecifráveis ou seus sorrisos misteriosos, você faz com que eu me sinta inseguro dos meus próprios atos, dos meus sentimentos mais nobres que sempre guardei para mim.
Você está me dando motivos para viver mais, apesar de não saber aonde vamos com isso.

Eu nunca sonhei com alguém e acordei sorrindo, você é de fato especial.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A menina do banco.

Venho, todos os dias como um andarilho, debaixo daquele sol escaldante sentindo ausência da Sinhá Vitória e de Baleia. Mas não, isso não me aflige, pois sei que a menina do banco estará sempre lá, me esperando com as notícias que trago do meu mundo, que para ela ainda é um encanto sem fim.
Seus infindáveis abraços e suas confidências sempre me fazem um bem enorme, e eu necessito ouví-las para seguir adiante sem errar meu caminho costumeiro.
Ela está lá, sempre sentada com aquele seu casaco, mesmo debaixo do sol. Seus olhos são minhas piscinas de confiança, aonde eu me refresco e parto para uma nova jornada.
Ah, e como eu preciso daqueles olhos.

São apenas memórias, crônicas e declarações

Não estou ao seu lado, mas posso sonhar. Sonhar com aqueles momentos que só nós dois passamos.
No olhar que eu sempre confiei e tive em meus braços por breves momentos.
Aquele olhar gostoso de cumplicidade e confiança, que nem os mais íntimos dos amantes têm um pelo outro.
Mas o que posso fazer pra ter de volta esse olhar? Sinto tanto a sua falta, que as vezes me pergunto se você realmente existiu ao meu lado.

São apenas memórias, as melhores que tenho de ti.
crônicas de um eterno apaixonado.
E declarações de um andarilho.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sophia

Ai meu deus, está tudo fora do lugar! Porque eu perco o dom de juntas as letras de vez em quando?
Ninguém perde! É só que fugiu uma palavra, elas são assim.
Não só as palavras, mas algumas pessoas também fogem de mim.

Obrigado, de coração, por você não fugir de mim.

Todo escritor tem uma.

Minha Caneta varia de humor comigo
A força que ela risca, varia de humor comigo
A intensidade do seu traço, varia de humor comigo
As mordidas em seu bocal, variam de humor comigo
Sua tinta, varia de humor comigo
Sua funcionalidade, varia de humor comigo
Quer me conhecer? Observe a minha Caneta.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Eu gostaria de lhe dizer, senhor.

- "Não é por nada, gostaria que o senhor não se amedrontasse com o que lhe direi. Não é por grosseria, falta de conhecimento ou qualquer outras coisa, apenas quero saber. Pois saiba que... sinto, talvez você não sinta, mas eu sinto e lhe direi. Vou lembra-lo daquela noite, ou talvez dia. Já havia amanhecido por mais que não quiséssemos. Mas o senhor recostado em meu colo estava, e eu lhe agradava o cabelo. Pois vou logo lhe dizendo, e se o senhor não gostar, me diga logo, para que meu pai possa arranjar meu casamento. Pois senhor, gosto de você. Mas gosto de graça entendeu meu senhor? O que posso fazer com esses sentimentos joviais de uma senhorita? Posso apenas sentar em minha janela e ficar a admirar o senhor na boticária. Bonita boticária... imagino que venda bons perfumes lá, senhor. Pois eu lhe digo senhor, eu gosto de você mais do que o senho imagina. Vou me retirar agora senhor, minha mãe me chama para os afazeres. Adeus senhor, e pense com carinho no que lhe disse"

D.U.

Era uma noite de perdição. Todos aqueles valores e bons contumes que eu pregava estavam agora trancafiados a sete-chaves no apêndice, tão inúteis quanto eles. Eu menti pra todos, inclusive para os meus próprios sentimentos, para que eu pudesse me perder em todos os sete pecados capitais.
Meus instintos de caçador estavam à flor-da-pele e todos aqueles corpos me atraiam. A lua estava cheia assim como a cama que estávamos. Rodeado por diferentes cheiros, o seu se destacou ao meu olfato, e esquecendo de todos os outros à minha volta, eu te ataquei. Seu cheiro, seu corpo, sua boca, sua pele, você. Cada pequeno pedaço seu me atraía, e eu senti o meu sangue ferver por você. Mesmo que prematuramente, nos separamos para entregar nossos corpos ao desejo.
O sol invadia a sala. Eu estava recostado na parede e sua cabeça estava repousando em meu colo. Você queria dormir, e eu alisava suavemente o seu cabelo. Gostei de quando me abraçou e gostei mais ainda de quando acompanhou o meu relutante eu até a saída. Eu queria te dar um beijo de despedida, mas eu sabia que nos veríamos denovo.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A resposta

Ele não estava pronto para receber a resposta dela, mas não queria perdê-la para sempre em suas lembranças.
Ele ajoelhou aos pés dela, tomou para si sua delicada mão e fitou seus olhos.
- "Eu te amo"
Ela foi pega de surpresa, não esperava tal declaração e indagou:
- "O que você quer dizer com isso?".
Por um segundo, ele confundiu-se com a pergunta e pensou naquelas repostas bem clichês, mas então resolveu pensar, de verdade, sobre o assunto.
Lembrou-se então de quantas vezes ela o abandonou, de quantas vezes ele se fez de capacho para que ela pudesse se esbanjar. Lembrou-se de quando comprou aquelas flores e aquela caixa de chocolate, coisas que todo apaixonado faz. Ela jogou fora as flores e disse que era alérgica a chocolate.
- "Me desculpe minha querida, não queria ter-lhe roubado tanto tempo. Eu te amo, mas antes mesmo disso, eu me amo. E mereço coisa melhor do que você".
Foi então quando ele sentiu que estava finalmente livre. Largou-lhe a mão, levantou e limpou os joelhos sujos de terra. Ela não ria e nem chorava, parecia estar incrédula diante do que acontecia. Pela primeira vez ao mesmo patamar que ela, ele pôde perceber suas imperfeições, ela não era tão bonita assim e seu nariz era meio anormal.
- "É... as vezes as coisas mudam, no devagar depressa dos tempos".

É amor, bonito amor

Eu quero tanto poder chegar um dia e apenas sentar pra conversar com você, como se nada a nossa volta fizesse sentido na sua sinestesia inquieta.
Sabe, poder te abraçar e te contar meus segredos, compartilhar os nossos textos como se nada houvesse de diferente entre eles. Mas não há, afinal, somos tão parecidos.

E mesmo com essa distância física, mesmo que eu não possa voltar nunca mais ao lugar que um dia foi meu lar, eu vou continuar a te amar. Mas não aquele amor que os namorados sentem, ou que alguns amigos mentem. É um amor de irmão mais velho, um sentimento de querer te proteger de todos os perigos e poder te abraçar a cada desilusão. E eu conheço bem a fonte dessas desilusões.

Vamos qualquer dia desses sentar e escutar uma música qualquer. parece que viver é etcétera...

domingo, 25 de julho de 2010

Entre risos e olhares

Ele não sabia ao certo aonde era, estava inquieto no ônibus. Olhava para os lados ansiosamente, à procura de algum sinal que lhe mostrasse o caminho certo. - "Fim da linha" - Ouviu aquela voz de madrugada do cobrador ao longe e então desceu do ônibus. O vento frio da madrugada batia em seu rosto e apesar do grosso casaco, ele enterrou suas mãos nos bolsos quando o vento soprou mais forte. Andava a esmo pela rua, com apenas uma vaga lembrança em sua mente daquele sorriso perturbador.
Ele parecia realmente intrigado, talvez tivesse se apaixonado à primeira vista, mas não acreditava muito nessas coisas. A noite se estendia à sua frente e não havia ninguém na rua àquela hora. - "Que sorte, pelo menos não serei assaltado" - Ele pensou, foi quando avistou alguém ao longe, caminhando em sua direção. Resolveu seguir e não dar atenção àquela figura estranha. Ele caminhou até que cruzou com aquele desconhecido. - "Não era por mim que procurava? Demorou, mas eu cheguei" - Ele levantou os olhos e encarou o desconhecido, que sorria. O sorriso mais lindo que já vira na Terra. - "Como soube que eu estava te procurando?" - Indagou ao sorridente estranho. - "Não soube, apenas saí nessa fria madrugada pra procurar aquele que me cativou com os olhos" - . Ambos foram pegos de surpresa com o que aconteceu a seguir, que teve como única testemunha a Noite em todo o seu esplendor

sábado, 24 de julho de 2010

Chegamos ao fim

Ambos sabemos o que estava acontecendo, apesar de tudo parecer às mil maravilhas.
O meu coração já não bate forte por você e o seu beijo nem parece mais o mesmo.
Talvez tenha passado aquela vontade louca e aquela paixão, que consumiu tudo à nossa volta e agora voltou para tentar nos consumir. Mas não, eu sou mais forte do que isso e não ficarei abatido, pode acreditar. Aprendi tanto com a vida.
Mas há quem diga que um término é sempre doloroso... eu acho que não. Talvez eu já esteja tão anestesiado que nem sinta mais dor alguma, afinal, dessa vez sou eu quem não quero mais.

E não, eu não quero nem o abraço sincero de um falso amigo. Eu quero apenas uma cerveja daquele bar da esquina aonde as pessoas se perdem. Eu quero apenas poder sentar à mesa sem ter o peso na consciência de estar ali. Eu quero poder seguir em frente e construir o meu castelo de cartas sozinho, sem que ninguém o derrube.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A primeira vista

Pode ser amor, talvez admiração, talvez desejo ou apenas a vontade de te conhecer.
Mas eu não sei o que aconteceu, não posso explicar através de reações químicas, leis da física e nem por princípios matemáticos. Eu sei que aconteceu quando eu te vi pela primeira vez.
E por menos importante que tenha sido pra você, eu te vi sorrindo... talvez pra mim, talvez por causa da ocasião ou talvez apenas por educação e retribuição ao meu sorriso.
Não te conheço, nunca falei com você e nunca me senti assim, com o cérebro tão embaralhado. Me perdoe por tudo isso, juro que nunca mais vai acontecer.

domingo, 18 de julho de 2010

Não me entenda mal

Já se afastaram de mim, já me abraçaram e disseram adeus. Mas não dessa vez, cansei de você e não pense que é uma coisa ruim, normalmente eu me apego demais às pessoas e são elas quem cansam de mim. Dessa vez é diferente, finalmente eu me dei valor e percebi que mereço coisa melhor que você (pois é, se eu não fizer isso por mim, ninguém mais faz). Mas não precisa de muito drama, sei que você nunca me amou de verdade.

sábado, 17 de julho de 2010

No silêncio eloqüente

Naquela noite fria e chuvosa, eu com alguma esperança de sair pra esquentar o meu corpo e você do outro lado, inconfundívelmente, não queria sair pra lugar algum. Eu tentei, disse que iria de qualquer jeito, mas o seu silêncio eloqüente me trouxe de volta à realidade. A chuva não parava e a noite estava cada vez mais fria, eu tentava me esquentar, mas era em vão... como se fosse apenas um fogo fátuo. E veio então algo que eu não pude recusar, que seria muito melhor do que sair pra vida e me entupir de mentiras. Você, do outro lado da linha, suspirando em meu ouvido: "Minha casa tá vazia, vem pra cá". Minha mente descontrolada como o ritmo cardíaco frenético que eu sentia em meu peito, brincava com suas palavras e me fazia ouvir os seus desejos mais quentes. Eu estava cego para qualquer coisa, meus instintos estavam à flor-da-pele e foi quando você chegou. Apenas um beijo foi suficiente, em poucos segundos o chão já estava coberto por nossas roupas e estávamos entregues ao desejo, que consumia cada pequena parte dos nossos corpos e queimava ao simples toque. O amanhecer não fora o suficiente pra que pudéssemos nos despedir, nosso desejo ainda era tamanho e continuamos, até cairmos sem forças. Foi então, quando os morangos vieram a calhar.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Saudade

Ela não me deixa, a única que não me deixa pra trás é essa senhora, vestida em sua mortalha branca, chamada Saudade. Ela passa por mim e desperta enfermidades que não me orgulho em ter: um frio cortante na espinha e um aperto, quase um nó, na garganta. Não consigo gritar, clamando por ajuda, porque não há ninguém por perto, apenas ela, sentada na mesma posição e me olhando com o mesmo ar de triunfo de sempre. Ao rir, não há felicidade em sua voz, apenas um silvo de dor. Aos poucos ela se apossa de mim, do meu corpo frágil das derrotas sofridas, envolto por aquele frio matinal e aquela névoa que nunca cessa dos meus olhos, eu choro e clamo por perdão... mas não há ninguém por perto. Não, todos se foram e me deixaram com a Saudade.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

E foi apenas um beijo...

se eu puder dividir essa felicidade com alguem...

Não quero estragar o nosso momento com bobas declarações de amor, mas saiba que você conseguiu me erguer da fossa cardíaca em que me encontrava e me colocou nas alturas. Apesar dos nomes serem iguais, vocês são completamente diferentes. E diametralmente oposto ao primeiro, você sim me faz feliz.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

chega, por favor.

Aquela manhã, tão cinza quanto os filmes americanos e tão densa como o amanhecer de uma guerra. Não pude deixar de pensar que o meu conflito interno tomava conta do meu mundo exterior ao me dar conta do que restava à minha volta, mas pela primeira vez eu podia enxergar a verdade e já estava cansado dela... sim, cansado.
Ninguém podia sentir e nem perceber as dimensões que aquele conflito abrangia, eu o escondia para mim mesmo com unhas e dentes, a vida me ensinara a não acreditar na compaixão dos outros, pois, por melhores que sejam, um dia irão lhe virar as costas.
Por isso eu te peço: chega, por favor... está me machucando já.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Eu avisei pra tomar cuidado.

Está tudo quebrando, desmoronando cada pedacinho do nosso castelo de vidro.
Eu avisei pra você tomar cuidado, mas você não me ouve, parece criança pequena. Na verdade a culpa é minha, eu deveria ter cuidado melhor do jardim, deveria ter podado cada imperfeição, antes que viessem todas à tona, mas já é tarde, suas desculpas não valem de nada, você não vale nada.
Eu avisei pra você tomar cuidado e não se jogar de cabeça, mas nem eu sigo meus próprios avisos, me joguei e agora eu percebo no que deu.
Tudo está caindo muito rápido, eu não consigo e nem quero tentar consertar, eu cansei se olhar pra sua cara limpa e achar que sou sempre eu o culpado.
Eu avisei pra você tomar cuidado, mas é tarde demais, eu não quero mais voltar pra casa...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Chá de culpa

Porque tudo parece tão distante agora?
Eu quero poder olhar nos seus olhos e provar que aprendi o quão doce a palavra pode ser.
Acho que sou o culpado, era melhor que você nunca soubesse de tudo o que sinto. É culpa desse me coração fraco, que parou de bater quando você se foi para sempre.
Sim a culpa é dele. Não, a culpa é minha, que não consigo manter as pessoas à minha volta sem machucá-las. Me desculpe minha Lua, se eu pudesse fazer diferente... Mas não, sou um simples imbecil, foge das minhas mãos fazer tudo o que eu digo ter sentido. Parece que o fracasso me subiu à cabeça.

domingo, 20 de junho de 2010

Olhos nos olhos

Me entenda. Antes que eu me canse da confusão
Me ame. Antes que eu desista de você
Me abrace. Antes que eu me afogue em solidão
Me pergunte. Antes que eu me perca em suas respostas vazias
Me leve. Antes que eu seja levado pela correnteza
Me beije. Antes que meus lábios rejeitem os seus
Me mate. Antes que eu o faça.

sábado, 19 de junho de 2010

Um mergulho na solidão

Era um daqueles dias: As horas arrastavam-se, tão nojentas quanto um caracol. Eu estava naquele velho lugar, ao lado da janela esperando por uma brisa morna naquele escaldante dia. Mesmo à sombra, eu sentia a intensidade daqueles raios solares. Fitei o céu, azul e sem nenhuma nuvem aparente, de repente, soara o sinal da liberdade, eu pude então fazer o meu costumeiro caminho ao topo, buscando pela minha metálica carruagem. Isolei-me do mundo, como sempre, e sentei-me à sombra de uma árvore. Sem muita espera, eu já estava alojado e encarapitado na janela daquele colosso metálico que fazia a minha travessia diária. Passei por muitos lugares, borrões coloridos, zunidos abafados de um milhão de vozes, as quais eu nunca prestava devida atenção. Na verdade, nada me chamava muita atenção, apenas aquela líquida imensidão azul que permanecia imutável aos olhos humanos, Eu sentia tanto calor que desviei-me do caminho de casa e parei alguns segundos naquela areia branca e fofa, sendo delicadamente molhada pelo mar. O calor ainda me era tanto que eu não resisti à hipnose do movimento ondulatório, larguei minha mochila e minha camisa na areia e parti para o inevitável encontro com aquela água. Mergulhei, pude me sentir lavado, como se um peso saísse de minhas castigadas costas. Ergui-me da água, estava tão cativante que não percebi o tempo passar - Tenho que voltar - Pensei comigo, mas em um momento egoísta do meu ser, eu decidi que demoraria mais, eu necessitava que a atenção das pessoas recaísse sobre mim. Decidi então que iria mais fundo, nada podia me impedir, nem mesmo aquelas ondas que desafiavam o meu ser. Tornava-se cada vez mais difícil desafiar a força da natureza, resolvi então mergulhar, fui cada vez mais fundo, sentia meu corpo parando aos poucos, meu cérebro já não respondia, ele desistira de mim. Fechei os olhos e senti que não precisava mais respirar, eu estava livre daquelas limitações humanas, era uma sensação indescritível. Sobressaltei-me ao olhar para baixo e ver que tinha alguém ali comigo, parado, incrível como ele se parecia comigo... não, ele não apenas se parecia comigo, eu conhecia cada detalhe daquele corpo inerte, que estava sendo levado pelas ondas. Tentei gritar, mas meu grito foi silenciado com o som das ondas quebrando na areia. Permaneci em silêncio para sempre.

The Scientist

Quero entender, mesmo que esteja acima da minha compreensão. Procuro números e figuras que possam me explicar, mas parece que pela primeira vez os números não servem para provar sua existência.
Vivo antitéticamente, corro para não sentir, ao mesmo tempo que paro e deixo que me consuma por completo, com o ardor de um incêndio.
As vezes nem vivo, apenas sigo errante o caminho que encontro pela frente. Como uma máquina burra e programada, alienada em sua própria vida.

Não consigo tirar os meus olhos de você, luz dos olhos. Não da pra te esquecer agora, não mais.
E então eu me pergunto: será que o amor existe de fato?
Ando tão desacreditado nele esses dias que até esqueci de como é senti-lo.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A True Blood

I'd like to pick you in my arms and take to the blue room.
We should keep the destruction of the house in only one room, what can we do if our "love" destroys everything? You seduced me, i just couldn't resist... you are... so delicious.
I could kill you with a single blow, although, you have me on the palm of your hand.
I want your body, your blood, you!
Every inch of you shall be mine. I want you tonight and i see in your eyes, the undeniable desire for me.

-"Kiss me".

domingo, 13 de junho de 2010

Ana, Rita, Joana, Iracema, Carolina...

01 de Setembro de 2009,

Apenas esperava pela resposta, certamente positiva, dela para então me entregar à paixão e ao velho amor. Uma parte de mim sabia que não a queria, mas a outra parte, e lhe diria ser a dominante com certeza, sabia que aquele era o momento mais esperado, exasperado e insperado da minha vida. Nossos corpos colados um no outro, ela em mim, mas eu muito mais nela. Mistura de cheiros, seu doce perfume me enebriava, não conseguia distinguir realidade e sonho. O seu doce hálito que a tanto esperava para sentir, agora se misturava com o meu. Seus cabelos macios lhe caiam até suas costas, minha mão a apertava e puxava contra mim, desafiando o meu ser, o meu querer. Mas eu queria. Queria que aquele momento durasse para sempre, mas tudo tem um fim e a nossa relação não seria diferente. Ofegantes, nos afastavamos lentamente, ambos com o desejo à flor-da-pele, tão intenso que poderia queimar ao simples toque. Desilusão, será que era só isso que eu queria? Não sei ao certo, mas com certeza eu estava satisfeito com o meu ser.

Dedicado às mulheres da minha vida.

"Valentine's Day" Final (Cold Case Love)

7 de abril de 2010,

- "tipo, hoje de tarde, quando vc me falou que era melhor a gente parar de se ver e tal, foi como se meu mundo tivesse caído..."

- "e por isso que, não é um termino,vamos continuar amigos ué. o que a gente tava até hoje, é uma amizade..."

Esse é o mal de se fiar e se jogar de cabeça num amor.

Hole in my soul

Desejo aprender a viver por mim mesmo, sem necessitar da ajuda de ninguem. Não esperar que os outros façam nada por mim, ou que sintam compaixão pela minha dor.
"A saudade também é uma forma de velhice". Sim, sinto falta de tudo, sinto falta do nada, sinto falta dos meus amores, horrores e ardores. Sinto tanta falta que prefiro fingir que estou bem e não demonstrar minha fraqueza a ninguem, mas acho impossível, eu necessito de atenção, me sinto sozinho no meio de uma multidão. Tenho muitas vezes que me prender à coisas materiais, uma vez que não quero depender dos outros.
Conversar me faz bem, mas quando estou aqui sozinho, perdido no meu infinito particular, sozinho e abalado, eu não consigo sentir o calor de ninguem perto de mim.
Emociono-me à simples menção de mandarem um recado para mim. Saber que existe alguem que ainda se lembra de mim, alguem que preza pela minha amizade, é tão reconfortante...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

"Valentine's Day" Pt.2 (Glitter in the air)

21 de Março de 2010,

porque você mexe tanto comigo?
Que tipo de feitiço você usa?
Vamos, me diz!
Seu sangue é doce perfume pra mim, o seu cheiro é quase torturante. Quando estou perto, quero que todas as pessoas sumam, quero só nós dois, em paz.

É difícil falar com você e não dizer tudo o que sinto, mas eu tenho medo de estragar esse momento e você se afastar de mim. Mesmo que exista uma pequena possibilidade que você sinta o mesmo, talvez eu não deva arriscar... prefiro ficar no indefinido e feliz do que contar tudo e me entristecer.
(novamente, eu espero que a segunda-feira chegue para que eu posso te amar mais um pouco)
Ouço muitas músicas que me lembram você, estou apaixonado mesmo :~
"Hell is around the corner where i shelter"

Te Amo

A História de Lily Braun

"...abusou do Scoth, disse que meu corpo era só dele aquela noite..."

Não me entendam mal, era só pra entrar no clima.
Pois é, eu acho que deveria "manerar no Scoth" e me poupar de resenhas erradas em relação ao meu nome depois de algumas festas, ainda estou tentando provar minha "inocência" (se é que eu ainda tenho alguma) porque eu tenho certeza que não fiz o que estão dizendo por aí!
Não, eu nunca faria, portanto queridos leitores (se é que eu ainda tenho algum) não acreditem no que dizem as más línguas... "I wasn't myself that night" (fazendo uma intertextualidade com minha querida Aguillera). Sério "I wanted Just Dance" (Gaga *-*) e só, não pensei em mais nada. Só, literalmente, acabei dançando no final das contas.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

"Valentine's Day" Pt. 1 (Lovestory)

14 de Março de 2010,

minha noite de ontem foi incrível, mais do que qualquer noite que eu já tenha passado na minha vida.
Me apaixonei, perdidamente.
Amei, perdidamente.
E agora, sem você eu me sinto perdido. Não consigo parar de pensar e contar as horas que faltam para o amanhã, eu nunca desejei tanto que a segunda-feira viesse, só para poder te amar mais uma vez, mais um pouquinho.
Tive medo, me senti receoso de me jogar para um amor assim, que surgiu tão lindo. Mas eu estou machucado e nada melhor pra curar uma dor de amor do que outro amor, pois é. Resolvo então que me jogarei de cabeça nesse amor, sem medir esforços, espero não me machucar.



" - Eu não vejo um futuro pra gente... acho que acabou."

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Painting Flowers

Strange maze, what is this place?
I hear voices over my shoulder,
Nothing's making sense at all.
Wonder, why do we race?
When everyday we're runnin' in circles,
Such a funny way to fall.
Tried to open up my eyes,
I'm hopin' for a chance to make it alright.
When I wake up,the dream isn't done.
I wanna see your face,and know I made it home.
If nothing is true,
What more can I do?
I am still painting flowers for you.

wo-ow

Showed my cards
Gave you my heart,
Wish we could start all over.
Nothing's makin' sense at all.
Tried to open up my eyes,
I'm hopin' for a chance to make it alright.
When I wake up,the dream isn't done.
I wanna see your face,and know I made it home.
If nothing is true,
What more can I do?
I am still painting flowers for you,
I am still painting flowers for you.
I heard everything you said,
I don't wanna lose my head,
When I wake up,the dream isn't done.
I wanna see your face,and know I made it home.
If nothing is true,
What more can I do?
I am still painting flowers for you,
I am still painting flowers for you,
I am still painting flowers for you.

All Time Low - Painting Flowers

É possível...

...se encantar por alguém que nem saiba da sua existencia?
"Aposto um beijo que você vai me dar um fora, gats ;D"

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Até quando...

Não sei ao certo até quando, apenas sei do agora, que me manda ir embora e me refugiar com aqueles que me conhecem bem, porque quando esse mundo se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo.
"Perto-longe" ou "longe-perto", as distancias não fazem mais sentido diante desta saudade que me consome diariamente. Quero vocês de volta pra mim, à distancia aceitável de um abraço caloroso.
Não peço, nem consigo exigir nada em troca, apenas que deixem eu me sentir querido quando estou com vocês. Não me deixem, morreria apenas de pensar nessa possibilidade, eu amo todos vocês.

Poderia até citar nomes aqui, mas acho um sistema injusto e feroz demais, pois minha memória não é das melhores.

domingo, 6 de junho de 2010

Would you be my Juliet?

Por tudo, eu cansei. Não quero continuar desse jeito, eu nao vejo futuro na nossa relação. Será que você não percebeu que somos muito diferentes? Cansei de você, dos seus defeitos, da sua aparencia e da sua voz... melodiosa voz.

Tão diferentes, que somos iguais. Não quero continuar desse jeito, eu quero mais. Seus defeitos me encantam, pois eles te fazem ser de verdade. E, se eu pudesse, arrancaria os meus olhos e os colocaria em ti, para que então pudesse ver como eu verdadeiramente te vejo e te sinto. Eu te amo, para todo o sempre, meu amor.

"se eu soubesse que era a ultima vez, não teria dito nada do que disse. não teria feito nada além de te abraçar e aproveitar cada segundo sem tirar os olhos de ti. se tivessem me avisado que era a última vez, eu poderia implorar pra que você ficasse mais um pouco, só pra te explicar que mais um pouco seria muito pouco, e que por menos que fosse já seria muito pra mim. se eu soubesse, ah se eu soubesse, te falaria mil coisas, sem dizer uma palavra, te mostraria mil dias de agonia em um olhar. e quando você estivesse saindo, eu te chamaria de volta e daria um último abraço, com todo carinho que ninguém nunca mais vai te dar!"

We can't be too careful anymore

É engraçado, e talvez triste, o modo como eu gosto de você. Seus sinais, seus gestos e sua fala expressam tudo: Meus temores e meus ardores em ritmos frenéticos. Talvez, no seu íntimo você goste de mim, e talvez no meu íntimo, você não passe de um desejo ardente. Mas já diziam que "definir é limitar" portanto, esqueçamos as definições, esqueçamos os limites, e recomecemos, mesmo estando receosos disso. Você sabe que tem um espaço guardado só para você, imune a críticas, brigas e desatenções, mesmo que estas sejam a gota d'água.
Benzinho, vamos dar um basta nisso e esquecer nossas desavenças. Vamos deixar, que mais uma vez, nossos sentimentos nos levem a um lugar onde os nossos corações batam em uníssono e sejam o único som em meio ao carnaval de sentimentos, que desenfreados, acabam por se atropelar, e nós somos os únicos a sair perdendo.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Mad House

Senhoras e senhores!
Hoje, você irão presenciar o ápice da loucura de uma verdadeira Diva!
Porque tão sérios?
Alegrem-se, preparem-se!
Sejam bem-vindos à Mad House!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Apenas mais uma de amor

Como sempre, refugiado em meu recluso mundo, ouvindo ao meu melhor amigo-material quando Ela passou por mim. Era mais baixa do que eu, mas esse delta já era algo que eu não me importava.
Seu rosto continha os finos traços, perfeitos, entalhados à mão por um escultor em seu melhor dia.
Um pouco mais embaixo, o seu corpo tinha as formas que facilmente se encaixariam nos devaneios de geométricos, na tentiva de achar formas perfeitas para uma coisa tão humana.
Sua voz, não pude ouvir, mas no meu íntimo eu sabia que seria doce e melodioso qualquer som proferido por tal divina criatura.
Ela passou por mim e o seu cheiro invadiu o meu cérebro, embaralhou minhas idéias e me fez encantado por tal Sereia de canto desconhecido.
Triste de mim, que não sei seu nome. Triste de mim, que não pertenço ao seu mundo. Mas feliz de mim, que posso eternizá-la em minhas palavras

A minha travessia

É engraçado como uma coisa tão comum e considerada relativamente chata, possa ser uma metáfora tão forte e significativa na minha vida atual.
Estou falando do meu bom e velho Campo Grande R1 de todas as manhãs, sim o meu Bus.
Atualmente eu o considero como o meu barco que me ajuda na forçada travessia, me levando para um mundo ao qual eu pertenço, mas que ainda não me pertence: a faculdade. É, me acostumar à faculdade está sendo um choque tanto cultural quanto emocional muito forte pra mim.
Cultural porque é diferente, pela primeira vez eu estou sendo forçado a fazer coisas sozinho: pegar bus, tirar xérox e até estudar (coisa que eu nunca consegui fazer sozinho)
Emocional porque pela primeira vez, em uma sala de aula, eu olho pro lado e não consigo 'reconhecer' ninguem, eu não sinto que posso contar com aquela pessoa que está ali e nem me sinto importante para eles.
Eu sei que isso é uma coisa que vai se contruir com o tempo (ou não) mas está sendo difícil para mim. Uma longa travessia que talvez faça eu me 'transformar' em outra pessoa.

sábado, 29 de maio de 2010

Gaga

Acho que não é novidade pra ninguem que eu estou viciado na Gaga. Pois é, já baixei todas as músicas do novo álbum dela e não consigo parar de ouvir, são todas muito boas, mas tem uma que me chamou a atenção, porque distoa do estilo da Gaga por ser mais lenta e a letra ter um cunho mais romântico, estou falando da música Speechless :D

A música ainda não tem um clipe, eu estive procurando no youtube e achei uma performance dela ao vivo: http://www.youtube.com/watch?v=_7HvURBhMGE

E a letra, pra quem quiser: http://vagalume.uol.com.br/lady-gaga/speechless.html

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Saudade

Sinto saudades:
daqueles olhos azuis. Meus cúmplices, minhas piscinas de confiança.
daqueles cachos rebeldes da minha Shakira.
do meu porto-seguro, cujo nome do meio é Canadá
imensas da minha Nininha
das minhas 'Nenas', elas me entendiam como ninguem
da minha dupla infalível na aula
da baixinha, apesar de tudo o que passamos
das melhores aulas de matemática e do melhor olhar de desaprovação que alguem já me deu
das minhas cromátides-irmãs, tão perigosas essas daí.

Estão todas eternizadas em mim, saudade de ouvir suas vozes, sentir seus abraços, prestar atenção em suas explicações, estar ao seu lado, chorar com vocês e me sentir querido por vocês.
Obrigado por tudo, minhas meninas do 3°C

Pôr-do-sol

Já não me sentia vivo há muito tempo. Confesso que nem a solidão me fazia mais companhia, desde que você me deixou. Meu celular tocou, a nossa música invadiu o meu quarto e o meu ser, mas percebi que aquilo não estava certo, senti um frio vento cortando minha face e logo a música não enchia mais o ar. Seria isso apenas mais uma peça pregada pelo destino tentando reanimar o meu quase morto cadáver mecânico? Destino, não sei, mas me lembrar de você apenas afundou mais ainda a recente mágoa, despertando as feridas que ainda não estavam curadas e me fazendo morrer em uma hemorragia de lágrimas que escorriam com um desgostoso gosto férrico pelo meu rosto. Mas isso era apenas drama, que se incorporava perante o meu ser na forma do meu mais esperado, inesperado e exasperado amor da minha morte. Era o pior sofrimento que meus cansados e inchados olhos poderiam suportar: te ver e não poder te tocar era mais doloroso do que guardar doentias lembranças, como todas as suas mensagens mentirosas no meu celular, do nosso amor de verão.
Não queria ser visto por ninguem, mas enquanto eu andava pela rua, perdido pelos caminhos da minha vida, eu sentia os frios olhares dos meus ''amigos''. Um dia desses, enquanto eu andava a esmo, deparei-me com o seu perfume... ou melhor, o seu cheiro. Agarrei-me a essa pequena parcela de esperança e então senti você em meus braços mais uma vez. Eu sabia, mesmo de olhos fechados com medo de acordar para a realidade, aonde estavam os seus lábios. Nossos lábios se encontraram e só então eu tive a coragem suficiente e abrir os olhos, mesmo que significasse perder tudo isso. Abri, e com uma inconfundível sensação de surpresa e felicidade, me vi ao seu lado assistindo ao Pôr-do-Sol.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Platônico, até que ponto?

O que são amores platônicos?
- Eu gostaria de saber. Mas apesar disso, eu tenho um...
Você não sabe o que é um amor platônico, mas afirma que tem um. Quem é?
- A Lua.
A lua?
- Não, a Lua. Eu sei que nunca estarei com ela, mas todos os dias de noite, quando ela aparece, eu suspiro internamente e estou em paz. Ela é minha eterna confidente.
E porque essa 'Lua' com letra maiúscula? Seria ela um pseudônimo?
- Sim, é um pseudônimo e Ela, inclusive, sabe disso.
Posso saber o nome?
- Você já sabe, afinal, somos farinha do mesmo saco.
...Ela é sua Lua?
- Ela é nossa Lua, não se esqueça que você sou eu...
Talvez isso seja o amor: quando espírito e carne clamam pela mesma pessoa em uníssono.

Te Amo, minha Lua

Hell is around the corner

Quando você tá na bruxa, parece que o mundo se transforma em algo sexualmente apelativo: toda e qualquer coisa, proferida pela boca de quem seja, é motivo para piadinha e duplas interpretações.
Pois é, comigo isso não é diferente. Passei por poucas e boas hoje na UFBA, aonde meus colegas estavam todos especialmente maldosos!

Ouvi coisas do tipo:
"-Entra nesse buraco, vai! Entra logo
-Fale baixo, que baixaria!

-Entra logo, que eu tô me molhando porra!"
(resultado de uma chuva inesperada e duas pessoas sem guarda-chuva)

"-Pois é, isso vai entrar de qualquer jeito: Naturalmente ou Natoralmente
-Nada vai entrar natoralmente em mim, me inclua fora dessa, professora
-Mas você vai ter que aprender os métodos de integração de um jeito ou de outro"
(parece que tem alguem aprendendo a integrar as coisas)

"-Segura aqui minhas coisas pra eu poder fechar meu negoço
-Affê, você vai fazer isso aqui mesmo?
-Eu não posso entrar na sala com a sombrinha aberta, molhando todo mundo"
(algum ser de Deus, tentando fechar a sombrinha)

É por essas e outras que eu continuo me perguntando: 'O que eu estou fazendo aqui?'

terça-feira, 25 de maio de 2010

Speechless

Venhamos e convenhamos... (era só pra descontrair)

Vamos a algumas pérolas que eu ouço na UFBA:

"Super fina, com ph, y e dois n's"
"Pois é, se o cigarro tem ouro, eu estou vendendo meu pulmão"
"Pois é meus alunos, o AVC, conhecido como acidente cárdio vascular"

Nessa horas eu paro e penso: 'O que estou fazendo aqui?'

First things first.

Primeiro post e não poderia ser diferente.
Não sei mesmo o porque desse blog, acho que é apenas um modo para eu desabafar com quem realmente se interesse por mim :D
E eu gostaria de começar com o trecho de uma música, que ultimamente tem sido muito significativa para o que eu estou vivendo:

"Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar"

Pra você guardei o amor - Ana Cañas e Nando Reis

Pois é,
apenas reflitam.