Ele não fazia idéia de onde estava, desconhecia aquele lugar, aquela cama e aquele cheiro... parecia laranja, com aquele cheiro cítrico e doce, que inflamava os ânimos e afagava o desejo.
O quarto era pequeno e simples, uma cama, uma estante com alguns livros, uma janela e uma porta branca, que estava entreaberta e parecia desembocar numa cozinha.
Ele continuava inquieto, sentado na cama e esperando alguém para tira-lo daquele desespero que era quase acalentador. Alguém vinha chegando pela porta, ele conhecia aquela silhueta e o cheiro, que misturava laranja e o cheiro que só ele tinha, ah o cheiro.
Ambos deitaram na cama e se mantiveram, inquietamente, estáticos, com medo de qualquer ação brusca para uma reação ainda pior. Cada um podia farejar o desejo transpirante pelo outro, mas fingindo que isso nunca existiu, viraram-se de costas. Por um momento tudo parecia ter aquietado, nem mesmo as moléculas de oxigênio pareciam circular pelo ar.
Mas, como se cada passo tivesse sido arquitetado, a mais perfeita reação ocorreu entre os dois corpos semelhantes, opostos e dispostos, que se atrairam mutuamente para o que a noite os oferecia. Uma tentação, uma mordida "ai!" uma carícia afagava. Era quase um processo de unificação de corpos, se não fosse pela diferença hierárquica e espacial do momento. E tudo se repetia, apenas aumentando a dose e a intensidade, até que finalmente... ambos tombaram cansados para os lados.
Hematomas, arranhões, um lençol lascado e aquele cheiro de laranja foram os produtos daquela reação irreversível.
Adoreiiiii!!!!!
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