Quem sou eu

Me abre, me lê, confessa. Sou eu quem sei todos os seus segredos traduzidos em meus conflitos. Vem

sábado, 28 de julho de 2012

Lições

Recostado na parede fria, numa dessas noites quentes de verão, eu me perdia na incerteza da palavra mais certa que você nunca me disse - "adeus".

E assim se fazia a minha noite; entre o copo que subia e descia, pousava e repousava sobre o papel, o cigarro que me matava e Bethânia a gritar no rádio. Eu estava mais uma vez perdido.
Uma piscada de olhos errada e minha mente afundava com a ajuda de centenas de mãos para um desses cantinhos escuros da nossa memória, aqueles cujo tempo, ao invés de curar, tira de ser centro das atenções.
Aos poucos eu me lembrava do seu cheiro, do seu gosto, do seu tato, do seu sexo. De repente já estava sorrindo, brincando com você nas minhas lembranças mais gostosas aonde o vinho ajudava a torná-las o mais real possível.

Eu queria você de volta - mas de volta de onde? Se nem acabado a nossa relação tinha - sim, a nossa relação nunca acabou fisicamente mesmo eu sabendo que não éramos mais os mesmos - perdão, não somos mais os mesmos - eu me forçava a acreditar nisso pra conseguir perceber que mesmo juntos, como namorados, não estamos passando de bons amigos.
Eu tomava o última gole do vinho, esperando uma ligação que nunca chegaria. Você estava longe, assim como eu.
- É, é melhor acabar - Pensei com uma lágrima forçando a cair dos olhos