Quem sou eu

Me abre, me lê, confessa. Sou eu quem sei todos os seus segredos traduzidos em meus conflitos. Vem

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A resposta

Ele não estava pronto para receber a resposta dela, mas não queria perdê-la para sempre em suas lembranças.
Ele ajoelhou aos pés dela, tomou para si sua delicada mão e fitou seus olhos.
- "Eu te amo"
Ela foi pega de surpresa, não esperava tal declaração e indagou:
- "O que você quer dizer com isso?".
Por um segundo, ele confundiu-se com a pergunta e pensou naquelas repostas bem clichês, mas então resolveu pensar, de verdade, sobre o assunto.
Lembrou-se então de quantas vezes ela o abandonou, de quantas vezes ele se fez de capacho para que ela pudesse se esbanjar. Lembrou-se de quando comprou aquelas flores e aquela caixa de chocolate, coisas que todo apaixonado faz. Ela jogou fora as flores e disse que era alérgica a chocolate.
- "Me desculpe minha querida, não queria ter-lhe roubado tanto tempo. Eu te amo, mas antes mesmo disso, eu me amo. E mereço coisa melhor do que você".
Foi então quando ele sentiu que estava finalmente livre. Largou-lhe a mão, levantou e limpou os joelhos sujos de terra. Ela não ria e nem chorava, parecia estar incrédula diante do que acontecia. Pela primeira vez ao mesmo patamar que ela, ele pôde perceber suas imperfeições, ela não era tão bonita assim e seu nariz era meio anormal.
- "É... as vezes as coisas mudam, no devagar depressa dos tempos".

É amor, bonito amor

Eu quero tanto poder chegar um dia e apenas sentar pra conversar com você, como se nada a nossa volta fizesse sentido na sua sinestesia inquieta.
Sabe, poder te abraçar e te contar meus segredos, compartilhar os nossos textos como se nada houvesse de diferente entre eles. Mas não há, afinal, somos tão parecidos.

E mesmo com essa distância física, mesmo que eu não possa voltar nunca mais ao lugar que um dia foi meu lar, eu vou continuar a te amar. Mas não aquele amor que os namorados sentem, ou que alguns amigos mentem. É um amor de irmão mais velho, um sentimento de querer te proteger de todos os perigos e poder te abraçar a cada desilusão. E eu conheço bem a fonte dessas desilusões.

Vamos qualquer dia desses sentar e escutar uma música qualquer. parece que viver é etcétera...

domingo, 25 de julho de 2010

Entre risos e olhares

Ele não sabia ao certo aonde era, estava inquieto no ônibus. Olhava para os lados ansiosamente, à procura de algum sinal que lhe mostrasse o caminho certo. - "Fim da linha" - Ouviu aquela voz de madrugada do cobrador ao longe e então desceu do ônibus. O vento frio da madrugada batia em seu rosto e apesar do grosso casaco, ele enterrou suas mãos nos bolsos quando o vento soprou mais forte. Andava a esmo pela rua, com apenas uma vaga lembrança em sua mente daquele sorriso perturbador.
Ele parecia realmente intrigado, talvez tivesse se apaixonado à primeira vista, mas não acreditava muito nessas coisas. A noite se estendia à sua frente e não havia ninguém na rua àquela hora. - "Que sorte, pelo menos não serei assaltado" - Ele pensou, foi quando avistou alguém ao longe, caminhando em sua direção. Resolveu seguir e não dar atenção àquela figura estranha. Ele caminhou até que cruzou com aquele desconhecido. - "Não era por mim que procurava? Demorou, mas eu cheguei" - Ele levantou os olhos e encarou o desconhecido, que sorria. O sorriso mais lindo que já vira na Terra. - "Como soube que eu estava te procurando?" - Indagou ao sorridente estranho. - "Não soube, apenas saí nessa fria madrugada pra procurar aquele que me cativou com os olhos" - . Ambos foram pegos de surpresa com o que aconteceu a seguir, que teve como única testemunha a Noite em todo o seu esplendor

sábado, 24 de julho de 2010

Chegamos ao fim

Ambos sabemos o que estava acontecendo, apesar de tudo parecer às mil maravilhas.
O meu coração já não bate forte por você e o seu beijo nem parece mais o mesmo.
Talvez tenha passado aquela vontade louca e aquela paixão, que consumiu tudo à nossa volta e agora voltou para tentar nos consumir. Mas não, eu sou mais forte do que isso e não ficarei abatido, pode acreditar. Aprendi tanto com a vida.
Mas há quem diga que um término é sempre doloroso... eu acho que não. Talvez eu já esteja tão anestesiado que nem sinta mais dor alguma, afinal, dessa vez sou eu quem não quero mais.

E não, eu não quero nem o abraço sincero de um falso amigo. Eu quero apenas uma cerveja daquele bar da esquina aonde as pessoas se perdem. Eu quero apenas poder sentar à mesa sem ter o peso na consciência de estar ali. Eu quero poder seguir em frente e construir o meu castelo de cartas sozinho, sem que ninguém o derrube.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A primeira vista

Pode ser amor, talvez admiração, talvez desejo ou apenas a vontade de te conhecer.
Mas eu não sei o que aconteceu, não posso explicar através de reações químicas, leis da física e nem por princípios matemáticos. Eu sei que aconteceu quando eu te vi pela primeira vez.
E por menos importante que tenha sido pra você, eu te vi sorrindo... talvez pra mim, talvez por causa da ocasião ou talvez apenas por educação e retribuição ao meu sorriso.
Não te conheço, nunca falei com você e nunca me senti assim, com o cérebro tão embaralhado. Me perdoe por tudo isso, juro que nunca mais vai acontecer.

domingo, 18 de julho de 2010

Não me entenda mal

Já se afastaram de mim, já me abraçaram e disseram adeus. Mas não dessa vez, cansei de você e não pense que é uma coisa ruim, normalmente eu me apego demais às pessoas e são elas quem cansam de mim. Dessa vez é diferente, finalmente eu me dei valor e percebi que mereço coisa melhor que você (pois é, se eu não fizer isso por mim, ninguém mais faz). Mas não precisa de muito drama, sei que você nunca me amou de verdade.

sábado, 17 de julho de 2010

No silêncio eloqüente

Naquela noite fria e chuvosa, eu com alguma esperança de sair pra esquentar o meu corpo e você do outro lado, inconfundívelmente, não queria sair pra lugar algum. Eu tentei, disse que iria de qualquer jeito, mas o seu silêncio eloqüente me trouxe de volta à realidade. A chuva não parava e a noite estava cada vez mais fria, eu tentava me esquentar, mas era em vão... como se fosse apenas um fogo fátuo. E veio então algo que eu não pude recusar, que seria muito melhor do que sair pra vida e me entupir de mentiras. Você, do outro lado da linha, suspirando em meu ouvido: "Minha casa tá vazia, vem pra cá". Minha mente descontrolada como o ritmo cardíaco frenético que eu sentia em meu peito, brincava com suas palavras e me fazia ouvir os seus desejos mais quentes. Eu estava cego para qualquer coisa, meus instintos estavam à flor-da-pele e foi quando você chegou. Apenas um beijo foi suficiente, em poucos segundos o chão já estava coberto por nossas roupas e estávamos entregues ao desejo, que consumia cada pequena parte dos nossos corpos e queimava ao simples toque. O amanhecer não fora o suficiente pra que pudéssemos nos despedir, nosso desejo ainda era tamanho e continuamos, até cairmos sem forças. Foi então, quando os morangos vieram a calhar.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Saudade

Ela não me deixa, a única que não me deixa pra trás é essa senhora, vestida em sua mortalha branca, chamada Saudade. Ela passa por mim e desperta enfermidades que não me orgulho em ter: um frio cortante na espinha e um aperto, quase um nó, na garganta. Não consigo gritar, clamando por ajuda, porque não há ninguém por perto, apenas ela, sentada na mesma posição e me olhando com o mesmo ar de triunfo de sempre. Ao rir, não há felicidade em sua voz, apenas um silvo de dor. Aos poucos ela se apossa de mim, do meu corpo frágil das derrotas sofridas, envolto por aquele frio matinal e aquela névoa que nunca cessa dos meus olhos, eu choro e clamo por perdão... mas não há ninguém por perto. Não, todos se foram e me deixaram com a Saudade.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

E foi apenas um beijo...

se eu puder dividir essa felicidade com alguem...

Não quero estragar o nosso momento com bobas declarações de amor, mas saiba que você conseguiu me erguer da fossa cardíaca em que me encontrava e me colocou nas alturas. Apesar dos nomes serem iguais, vocês são completamente diferentes. E diametralmente oposto ao primeiro, você sim me faz feliz.