Quem sou eu

Me abre, me lê, confessa. Sou eu quem sei todos os seus segredos traduzidos em meus conflitos. Vem

domingo, 19 de setembro de 2010

Presença inquietante

Deitados numa mesma cama, que ensaiava ser grande o suficiente para nós dois. A única coisa que nos separava era aquele lençol branco e velho, remendado como um trapo, mas separava a união de dois corpos quase incandescentes de desejo.
Com um ímpeto colossal, venci a inércia do lençol e o joguei para o lado, e sem pensar duas vezes, colei meu corpo no seu e nos entregamos ao desejo que permeava nossas mentes e nossos corpos febris.
Não importava se tínhamos espectadores, eu não os via, mas tinha certeza de que estavam ali, dividindo o mesmo cômodo que nós e querendo participar da violenta reação que ocorria, aonde nossos corpos eram os reagentes. Nessa desordem crescente perdemos a noção do tempo, e já quase amanhecia quando nossos corpos estavam mais uma vez separados por aquela presença inquietante do lençol branco.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Miragem

Debaixo do sol escaldante, em um breve delírio de febre tersã, eu senti que meu corpo falhava. Senti minha visão desligar-se da vida e seguido de uma queda livre. Mas antes que o meu corpo inconsciente encontrasse o chão de terra, senti que alguem me segurava. Eu não podia distinguir quem era, meus olhos não me obedeciam. Mas eu sabia que poderia confiar em tal pessoa que evitou a minha queda. Senti então um abraço apertado e um cheiro que eu conhecia de longe. Senti em meus lábios, os seus lábios, que agora me faziam recuperar o sentido aos poucos.
Eu guardei e aguardei tudo e todos. Esperei até que a lua anuciasse o frio da noite, para então poder te guardar em meus abraços. Abraços que nunca divide com ninguem, abraços que estavam guardados pra ti.
Sentia-me enjoado, o balanço do transporte não me fazia bem... dormi até que não pude mais, e então virei-me de lado para poder ver em seus olhos aquela cumplicidade que jamais vi em nenhuma outra pessoa. Eu sabia que, independente do tempo que durasse, seria uma experiência incrível.

Precisa de um final...

Tinha tanto para lhe escrever, mas agora pareciam apenas palavras ao vento. Eu perdi a capacidade de junta-las em uma poesia, ou numa prosa... até em uma simples carta que fosse. Eu gostaria que não houvesse necessidade para essa ou outras cartas que eu venha a lhe mandar em um futuro não muito distante, eu só queria poder sentir seu perfume ao vento e presenciar você mais uma vez ao meu redor.