Quem sou eu

Me abre, me lê, confessa. Sou eu quem sei todos os seus segredos traduzidos em meus conflitos. Vem

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Tá na minha hora

Porque eu já não consigo mais fazer aquelas palavras, sem razão, sem noção, tornem-se aqueles poemas de amor que eu tanto sonhei em dedica-los?
Será que eu sou assim, frio como uma daquelas travesses de aço que costumamos ter na cozinha?
Ultimamente a cozinha tem me servido como um prato cheio para as metáforas que ouso em arranhar. Queria continuar sendo aquele prato cheio e bem-servido, palavras a não me faltarem e poemas de amor, por assim se dizer, continuarem a jorrar gostosos de mim, como aquele vinho tinto.

Mas não há vinho, não há prato cheio.
Há somente a frigidez, a rigidez e a inapetência.

Por favor, porque não posso voltar a ser o que sempre achei que fosse?

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Imagem-ação

Escuro, mas em meus ouvidos os violinos sincronizados e orquestrados faziam a festa. Aquelas imagens, como na mente de um animal, monocromáticas. Rodopiavam ao som e ritmo da música, arrepiando-me, arrepiando-o.
Sem delongas aquela imagem... ação... e por obra da minha imaginação desmedida, voltava cada vez mais nítida, cada vez mais marcada em minha pele como a tinta que colore o papel.
Dois, ou um.
Beijo interminável de corpos que faiscavam ao toque. A música corria, e sem pressa as roupas iam caindo.
Aquela camisa xadrez que eu despi como se fosse um presente, e a calça que me foi tirada como de assalto, jaziam no chão ao lado daqueles corpos já entrelaçados.

A música atingia seu ápice, assim como aquelas respirações profundas anunciavam.
Até que a música se apagou. O silêncio e o vazio voltaram ao meu redor

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Memória remota

encontrar. sentir. viver.
e tudo como foi daquela vez.

ouvir. cheirar. chorar
um ciclo interminável.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Hollow

Mas, por mais e sem saber, eu vou me afundando.

Um buraco, ou talvez apenas a continuação inconsistente do meu próprio ser se desmantela e vai se esvaindo. Hoje ela flui com a viscosidade de um mel, mas apenas por aquele tempo indeterminado que não sei aonde começa ou quando acaba, só sei que tenho medo do que está por vir... Ou do que já chegou.

Sinto aquele medo, aquela ausência e angústia que senti há muito tempo atrás e me perco nela novamente. e caio. levanto. sozinho...

sozinho...
zinho...
inho...
o...

sábado, 13 de agosto de 2011

Ei você

Só queria saber.

Me vejo em espelho mais limpo da reflexão da minha alma.
Me lê como se não houvessem segredos ou traumas e ainda consegue decifrar o que nem mesmo qualquer daquelas sinápses me diz. E sofre, sofre aquilo que já passei como se fosse mais um eu no meu peito. E grita como se assim pudesse aliviar aquela dúvida: Petrificado ou curado? Vivendo em charlatanismo ou com o mais profundo dos sentimentos?

Grita, grita e me responde. Arranca todas essas perguntas como se as respostas fossem elas próprias.


E vive

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Clichês acabam assim

...foi quando ele virou pra mim e disse que nada mais fazia sentido, me pegou nos braços e me deu um beijo com gosto de fim.

eu falei, um som quase inaudível:
- Eu vou guardar esse beijo até o dia em que nos reencontrarmos.

ele entrou no avião sem olhar pra trás e sem dizer tchau ou hesitar com medo. Ele sabia o que queria e eu não sabia que havia perdido o amor da minha vida para aquelas nuvens.

alguns minutos depois, meu celular tocou e eu pude ler as suas palavras de adeus:
"Eu queria dizer que não é um adeus, e sim um até logo... mas não tenho mais certeza de nada."

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Olhos

Olhos. Olhos cansados de uma noite em claro.
Olhos de quem esperou por nada.
Olhos de um amor preocupado.
Olhos de imaturos de ressaca, olhos
Me olhe, diga em meus olhos o que vai ser da gente.
Olhos não se encontram.
Olhos são cumplices do crime perfeito: o de se apaixonar.
Finalmente me diga, o que eu posso fazer quando você esquece seus olhos em cima de mim e me arrepia.
Não, pra mim ainda não acabou.
Eu só quero que você volte, pra mim, por mim, por nós.
Volta.

sábado, 18 de junho de 2011

Invite me in

Aquela imagem não me saia da cabeça.
Tão real que precisei respirar fundo ao acordar e te ver sumindo dos meus braços depois de ter sentido cada músculo do seu corpo e cada respiração funda em meu pescoço. Não acreditei na remota possibilidade que havia sido um sonho, eu tenho a plena certeza que sua pele ainda está na minha e seus músculos repousam sobre os meus.

Em meio a suspiros e ao caos que havia se instalado em mim, eu concertei-me e tateei o chão em busca das minhas roupas que você havia arrancado sem pena de mim. Eu queria você denovo, queria seu suor e seu peso em cima de mim e queria tudo isso pelo resto da noite infinita que nos esperava.

Seu cheiro me perseguia insistentemente.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Nunca foi

Sangrando, secretamente, para que ninguém descobrisse - não - eu não queria a piedade de ninguém, queria esquecer de tudo à minha volta e morrer quieto em meu canto.

Deitei-me, com o orgulho e o corpo feridos... Mal conseguia deixar meus olhos abertos e a respiração já pesava . Fechei os olhos e tentei dormir, mas antes que eu pudesse evitar, aquela lágrima quente desceu meus olhos ao tempo que a tempestade de aproximava. Me encolhi o máximo que pude para não me molhar, mas a chuva já ardia em mim e misturava-se com minhas lágrimas.

- Aquele Leão orgulhoso não iria ceder nunca, choraria sozinho mesmo ao saber que precisava de alguém -

Adormeci sem perceber, não sabia o quanto havia dormido, sei apenas que ao acordar já não doía mais, e era só uma questão de tempo até que eu estivesse em plena força para ir atrás daquele que me feriu.

- Aquele Leão orgulhoso não iria parar até que cortasse o último músculo do seu algoz -

Encontrei-o denovo, ele não esperava pela minha presença, foi pego desprevinido e ainda assim não foi fácil. Mas eu o venci.
Dilacerei a sua carne e finalmente achei aquele músculo pulsante em seu peito, senti uma terrível repulsa ao pensar em comê-lo, preferi pisar enquanto eu gritava para o nada... e mais uma vez, eu continuava sozinho sob aquela tempestade.

terça-feira, 31 de maio de 2011

For you, with love

Todas as palavras não ditas se traduzem naqueles olhares que são trocados.

Quando você se apega tanto a alguém, sente que um elo foi criado entre você e esse alguém, e de vez em quando ao tentar chegar ao fim desse "elo" que te prende, lá está ele, pronto pra te pegar nos braços e fazer esquecer as piores coisas que aconteceram no seu dia.

Tenho certeza que os clichês que rondam a minha mente nunca conseguirão traduzir o que eu sinto, e as vezes nem sei que sinto tanto, mas sinto. Tudo aquilo o que eu sinto por você, e só você sabe. Ao tempo em que só eu sei o que seria capaz de fazer por você... com certeza nada que a física, a química ou a biologia possam explicar.

Não é uma fórmula perfeita, podemos não ser uma fórmula perfeita até porque isso seria certamente chato. Mas somos e vemos um no outro tudo aquilo que precisamos.

Eu te amo.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Aquele outro mundo

Nada mais do que lembranças marcadas no íntimo da minha memória, como ninguém nunca conseguiu chegar lá.
Mas são apenas lembranças, aonde eu me perco e imagino um 'se'. Desejando que fosse verdade por apenas alguns segundos.

E, perdido nessas tais lembranças eu acabo por me esbarrar em algumas que não fazem sentido pra mim, aquelas que contam a verdade, me tiram desse mundo de 'se' e me fazem acordar com aquele gosto amargo da realidade. Quando eu percebo que a realidade é mais bonita e excitante do que aquele mundo de 'se'.

Pelo menos aqui eu sei que vou abraçar e ser abraçado de volta.

sábado, 23 de abril de 2011

A última mensagem

...E então olhe pra trás, mas não se perca no que não vale a pena.
Pense que o inevitável só se pode evitar quando nenhuma lágrima é derramada por ele.
Apague a última vela mesmo sem a certeza de que ficará bem, com certeza outra irá se acender para te guiar, e não te prender. Com aquela certeza, siga, mesmo que temporariamente não seja o que você quer.

Siga e se perca

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sem leite ou biscoitos

Me faz uma falta tão grande que as vezes eu prefiro fingir que não existe. Não posso e nem devo te culpar por essa ausência inquietante em meu peito, como aquele presente que você esperou durante muito tempo para ganhar e descobre que infelizmente o Papai Noel não existe e não vem dessa vez.

Agora é torcer pra que o bom velinho venha esse ano.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Luxúria

Eu quero tanto.
Desenrolar aos poucos e sentir o seu cheiro que me remonta tantos pecados. Morder, mesmo que doa, eu preciso morder para sentir o seu sabor, o seu recheio macio... e que recheio.
Finalmente somos só nós dois, um ritual até que eu consiga, ensaio algumas mordidas mas é grande, tenho que ir aos poucos.
Consigo finalmente pousar meus lábios em sua superfície redonda e com a língua eu amacio, para cravar os dentes em sua cobertura de chocolate e então sentir o tão esperado recheio de morango da trufa.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Num infinito particular

E todos esses clichês que me vêm na ponta do papel, mesmo que eu tente ser infinitamente criativo, só servem para dizer as três melhores palavras que eu tenho para você: eu te amo.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Colegial

Eu me demorava à mesa do café, porque aliás, eu podia fazer isso... aquele tédio engraçado não me consumia como deveria, eu queria me queixar dele mas na verdade ele era até bom.
Enquanto eu via alguns queixando-se do tédio, o ser inanimado, que parecia mais animado do que nunca, que me incomodava era o calor. Eu brincava com o pão-com-manteiga que fizera com tanto carinho para então comê-lo, era quase um ritual de preparação e em pouco tempo, todo aquele amido estaria sendo digerido pela amilase presente em minha boca e pelo resto do meu sistema digestivo, que aliás era um dos poucos assuntos da biologia que não me chamavam atenção. Eu continuava a brincar com o pão e a manteiga parecia derreter-se mais com o passar do tempo, eu não a culpava, suas fracas interações não eram capazes de suportar aquele calor de rachar o crânio, eu estava me sentindo uma planta dentro de uma estufa.
Alguma coisa chamou minha atenção na varanda de casa, que aliás, era uma boa casa. Grande e com aquele aspecto nostálgico de uma elegância perdida com o tempo e pelo mau-uso. Olhei então pra varanda e pude ver o sol enganando meus olhos do lado de fora, eu via a refração, difração e, se não me engano, reflexação da luz devido a diferença de temperatura e pressão ocasionada por aquele insuportável astro-rei.
Continuei então demorando com o pão até que decidi, sem ritual nenhum, comê-lo. Não me demorei mais à mesa, tomei o meu suco e levantei para o nada, que me forçava ter o tempo para fazer o que eu tinha dom (o meu único aliás) que era cozinhar. Me encaminhava para a cozinha, com aquele passo de domingo pelo manhã e então me lembrei que deveria fumar... Fumar era um daqueles dons forçados, nunca gostei mas me acostumei, porque sempre me pareceu mais fácil acostumar-se com as coisas do que lutar contra elas.
Me encaminhei para a varanda, acendendo o cigarro, e encontrei o meu vizinho na varanda dele. Era meu amigo de longa data, nos conhecemos no... colegial, como chamavam na minha época.
Sentei-me na cadeira de balanço que eu deixava na varanda, estratégicamente posicionada frente-a-frente com a varanda do meu amigo. Ambos nos sentamos e começamos a conversar...
A conversa rendeu, como sempre, até que... até que...
Não sei, ele ficou em silêncio de repente...
Até que tudo pareceu muito silencioso para mim...
Nem mesmo o vento ousava se mover...
Aonde eu estava, foi o que me perguntei quando olhei ao redor e não conseguia reconhecer nada. A única coisa que reconheci foi o rosto jovem do meu amigo me chamando pra ir com ele, e quando olhei pra mim mesmo, todas aquelas rugas haviam sumido e o cabelo estava no lugar que deveria estar. Estranho, mas fomos juntos e olha... encontramos tantos dos nossos amigos daquele tal "colegial"

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cabelo-de-boneca

Estava sentado, naquela sala aonde todos ainda me eram desconhecidos. Tímido e calado, apenas observando o movimento quando de repente, poraquela porta dupla e azul entra alguém. Alguém que eu nunca apostei e nem nunca esperei que fosse ser de extrema importância para mim. Esse alguém gritava, vinha saltitante e sempre feliz. Seus cabelos ainda eram curtos, usava um vestido com uma blusa de manga por cima... ou era uma saia? Não me lembro bem... sei então que ela veio falar comigo e a minha timidez só me fez corar.

O tempo foi passando e ela foi se tornando cada vez mais importante pra mim. As vezes com seus brincos amarelo berrantes, as vezes com sua blusa rosa. As vezes de calça, as vezes de saia... Mas é sempre ela. É sempre alguém que eu sei que poderei confiar. O tempo passou mais um pouco e ela apareceu com tranças no cabelo, muito diferente do que era normalmente, mas pronta para 'whip her hair' melhor até do que a própria Willow Smith.

Conversamos tanto e nos entendemos tanto... até os nossos prováveis alter-egos e as trocas dos nossos textos. E agora eu sinto saudade, mas tanta saudade dela. Dos seus afagos e dos seus beijos. Até mesmo de seus tapas e seus gritos... Mas daqui a pouquinho a gente vai se ver denovo.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Rótulos

Eu fechei os olhos e acreditei.

Deixei o chão de lado e passei a caminhar junto com as nuvens e as estrelas que guardei em meu altar particular junto com você.
O ato de apaixonar-se é talvez, até certo ponto, alguma coisa voluntária, do tipo 'os dispostos se atraem'. Mas quando então, o seu coração para de bater voluntariosamente e passa a disritmar-se no ritmo daquela música, daquele beijo, ou apenas de um simples cafuné.
Mas não é assim, tão fácil. Quem achar que o coração é um músculo fácilmente domado irá enganar-se amargamente. Vencer as barreiras, biológicas e psicológicas de uma paixão é um árduo trabalho, mas ao receber a ligação de alguém que está longe e mesmo assim pensa em você, alguém que cuida de você mesmo estando em outro país... Ah, uma barreira a menos.

Confesso que ainda acho estranha essa idéia de apaixonar-se. É difícil saber se algum dia eu vou experimentar algo semelhante, que tem cheiro e sabor indefinido para o geral mas individualmente específico. Posso dizer que no meu caso tem aquele sabor intrigante do morango mais suculento e vermelho junto com aquele cheiro inesquecível do anoitecer interiorano, frio e aquele cheiro de terra molhada com o cafézinho quente passado na hora.

E se ainda assim, insistirem em dizer que é uma ilusão eu estarei disposto a vivê-la junto com você e torná-la perpétua aos nossos cuidados.