Quem sou eu

Me abre, me lê, confessa. Sou eu quem sei todos os seus segredos traduzidos em meus conflitos. Vem

segunda-feira, 25 de março de 2013

Rei de qualquer coisa



- Oi? Ah sim, claro.
Foi minha resposta pra qualquer coisa que você dizia.
Estávamos juntos, mais uma vez, mas eu não estava ali, meu pensamento voava tão longe que eu contava a quantidade de carros que passavam na rua. Um grito aqui, um apito ali e a sua voz que zumbia na minha cabeça.

Você parou de falar, imaginei que fosse a minha deixa pra mais uma resposta qualquer, mas ainda assim me mantive calado.
Vi uma folha cair de relance, na sua frente, sobre a mesa e você imitou-se como há dois anos:
- Guarda
Me entregou a folha. Fixei, estático.
- A folha ou as minhas lembranças?
- Foi como no primeiro encontro, não foi? Guarda.
- Não quero mais.
- A folha?
- Não, você.

terça-feira, 19 de março de 2013

Confessando através de outros

Confesso que as vezes sou contrário a usar os "titãs-clichês" da literatura.
As vezes uso Clarice por ter um pouco mais de intimidade, concedida a mim por mim, após ler alguns de seus livros. Nunca li nada do Caio Fernando, por exemplo, mas não resisti a esse texto dele que tive a felicidade de por os olhos hoje.

Confesso tanta coisa através dessas palavras de Caio Fernando que me sinto tão íntimo quanto como se eu tivesse lido alguma de suas obras. Ideias futuras... Ideias futuras...



"Confesso que ando muito cansado, sabe? Mas um cansaço diferente… um cansaço de não querer mais reclamar, de não querer pedir, de não fazer nada, de deixar as coisas acontecerem. Confesso que às vezes me dão umas crises de choro que parecem não parar, um medo e ao mesmo tempo uma certeza de tudo que quero ser, que quero fazer. Confesso que você estava em todos esses meus planos, mas eu sinto que as coisas vão escorrendo entre meus dedos, se derramando, não me pertencendo. Estou realmente cansado. Cansado e cansado de ser mar agitado, de ser tempestade… quero ser mar calmo. Preciso de segurança, de amor, de compreensão, de atenção, de alguém que sente comigo e fale: 'Calma, eu estou com você e vou te proteger! Nós vamos ser fortes juntos, juntos, juntos.' Confesso que preciso de sorrisos, abraços, chocolates, bons filmes, paciência e coisas desse tipo. Confesso, confesso, confesso. Confesso que agora só espero você."

Caio Fernando

sexta-feira, 8 de março de 2013

(re)Volta

Por muito eu corri, escondi, fingi e tentei. Mas nunca esteve "tudo bem". O inferno caótico que tenho vivido tem se tornado difícil de suportar sozinho, mesmo com a presença ausente de alguns amores.
Corri, mas agora eu voltei e por mais especial que seja eu queria ter voltado, não para os meus cadernos e textos, mas para os braços de alguém. Alguém que tornasse essa solidão de toda sexta-feira um pouco mais suportável.
Mas solidão é a única companhia que tenho... Mas também é a única que eu não desejo ter.