Quem sou eu

Me abre, me lê, confessa. Sou eu quem sei todos os seus segredos traduzidos em meus conflitos. Vem

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Gosto de tomate

Em meio aos lençóis, cigarros, vinho e o meu blues, que apelidei carinhosamente de samba.

Um pedaço da noite em que acordo do meu eterno sonho e finalmente me acho em meio à lucidez, faz-me necessário escrever e colocar pra fora aquilo que me prende e revolta. Se me permitem a paráfrase, caros leitores, porque sim este texto foi feito para vocês. Mas, se me permitem tal paráfrase, a vida é na verdade, uma luta de grandes egos.
Permitam-me então fazer comparação e inferência infeliz aonde percebo que por egos eu quero dizer máscaras, sim.
Gostaria de poder conseguir expressar por palavras a agonia e nojo que sinto de mim, dentro de mim. Algo repulsivo que de alguma maneira me faz achar que consigo esconder atrás de palavras bonitas o que eu realmente sou: o objeto repulsivo. Não caro leitor, por favor, mas a última coisa que preciso é da sua pena, guarde sua máscara para os outros, espero apenas o mísero da sua sinceridade ao sentir, ao menos, nojo de mim assim como eu sinto.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Fútil

Gosto de ser invisível.
Gosto de parecer invisível.
Para aqueles que passam, boa sorte
E para aqueles que ficam, sou mais doce que a morte
Não me notem, ou me foquem
Minha beleza e futilidade se cansa de vocês
Mas venha
Venha sem pretensões, ou qualquer conceito pré-concebido
Venha e se perca, em um particular que nunca foi infinito

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Dançando

Me assombra a maneira com que me tomo de independência, como se tivesse nascido pra viver nessa solidão cosmopolita de uma grande metrópole.
Vão e vem, a inegável profecia de todo dia, e se perdem em um mundo ao qual eu não pertenço.
- Passaram, não sei quantos por mim, não os vi - Eis a minha eterna preocupação.
Mas me perco, nesse súbito momento de lucidez, e volto à minha única companhia: solidão.
Como um grito mudo para uma sociedade surda, a vontade de estar com alguém se retorce em meu íntimo me revirando as entranhas, mas logo é acalmada com aquele som de silêncio que pesa os ouvidos. Ela então me pega e conduz, como o homem da relação. Eu danço a sua música, cujo ritmo é ditado pela batida do meu coração e a melodia são os passos, as buzinas e as conversas pegas pela metade, de pessoas que encontraram a sua metade.
Mas eu continuo, sempre cinza, sempre à margem. Com todos e sem ninguém: a maior dicotomia da minha vida.