Eu estava inquieto na cama, lembrando dos nossos momentos juntos e tentando não chorar pela falta deles, afinal, foi eu quem escolhi quando começar e a nossa infeliz coincidência de ditar o fim.
Revirei-me, tirei o lençol de cima de mim e fui até a janela sentir o bafo quente que aquela noite de primavera me trazia, e apesar de estar vestindo meu costumeiro casaco, eu não sentia calor, sentia apenas a falta de te ter, que vinha seguida de um frio quase inexplicável, atacando as minhas entranhas e revirando sentimentos os quais eu nem lembrava da existência.
Eu fitava aquela infindável noite, algumas poucas luzes na rua chamavam a minha atenção, vez ou outra passava um carro por aquela rua inóspita. Resolvi então ouvir ao meu melhor amigo-material, que trazia consigo a nossa música, ecoando em meus ouvidos e reverberando no meu coração machucado. Tentei deixar de lado, mas era como uma droga pra mim, eu gostava de sentir aquela dor e derramar as lágrimas que você não merecia, um soluço me escapou mas então senti que alguém me abraçou, arrepiei-me ao sentir aquela respiração em meu pescoço e então me virei de frente e para a minha surpresa, não era você e nem de longe se parecia com você. Ele conseguiu tirar os meus fones, me fazer esquecer a música com seus beijos quentes e macios e abraços mais vigorosos que os seus.
Percebi que era inútil lutar contra a inércia do meu ser, o meu corpo já respondia aos estímulos e o meu coração inútil já estava denovo reconquistado e inteiro. E pelo resto da noite eu me perdi do mundo, isolados apenas eu e ele, estávamos bem agora. Só agora.
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