Quem sou eu

Me abre, me lê, confessa. Sou eu quem sei todos os seus segredos traduzidos em meus conflitos. Vem

sábado, 23 de outubro de 2010

Avesso

Eu estava inquieto na cama, lembrando dos nossos momentos juntos e tentando não chorar pela falta deles, afinal, foi eu quem escolhi quando começar e a nossa infeliz coincidência de ditar o fim.
Revirei-me, tirei o lençol de cima de mim e fui até a janela sentir o bafo quente que aquela noite de primavera me trazia, e apesar de estar vestindo meu costumeiro casaco, eu não sentia calor, sentia apenas a falta de te ter, que vinha seguida de um frio quase inexplicável, atacando as minhas entranhas e revirando sentimentos os quais eu nem lembrava da existência.
Eu fitava aquela infindável noite, algumas poucas luzes na rua chamavam a minha atenção, vez ou outra passava um carro por aquela rua inóspita. Resolvi então ouvir ao meu melhor amigo-material, que trazia consigo a nossa música, ecoando em meus ouvidos e reverberando no meu coração machucado. Tentei deixar de lado, mas era como uma droga pra mim, eu gostava de sentir aquela dor e derramar as lágrimas que você não merecia, um soluço me escapou mas então senti que alguém me abraçou, arrepiei-me ao sentir aquela respiração em meu pescoço e então me virei de frente e para a minha surpresa, não era você e nem de longe se parecia com você. Ele conseguiu tirar os meus fones, me fazer esquecer a música com seus beijos quentes e macios e abraços mais vigorosos que os seus.
Percebi que era inútil lutar contra a inércia do meu ser, o meu corpo já respondia aos estímulos e o meu coração inútil já estava denovo reconquistado e inteiro. E pelo resto da noite eu me perdi do mundo, isolados apenas eu e ele, estávamos bem agora. Só agora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário