Quem sou eu

Me abre, me lê, confessa. Sou eu quem sei todos os seus segredos traduzidos em meus conflitos. Vem

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

DNC

Numa daquelas tardes despretensiosas, eu corria pela rua sem mirar nada e nem ninguém. Minha mochila pendurada, pesava a meio ombro, eu andava meio torto e meu cabelo estava assanhado.

Alguma coisa - melhor, alguém - vinha em minha direção. Tinha algo no rosto, uma pintura ou apenas manchas, eu não conseguia decifrar, reparei apenas que eram vermelhas.
Então ele passou, dizendo algo com os olhos e realçando com a sua pintura - índio, doido, calouro - eu ainda não havia decifrado a sua regularidade. Mas foi uma fração de segundos, que me parou no tempo, e você continuou andando.
Não sei ao certo o que me atingiu naquele dia. Eu poderia dizer que foi um soco na barriga, me deixando sem ar, mas não, foi algo dicotomicamente leve e intenso.

Eu continuei o meu caminho, ainda pensando nos cinco segundos mais longos da minha vida, cuidando para não esquecer o seu rosto. Na expectativa de que o inesquecível aconteça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário