Quem sou eu

Me abre, me lê, confessa. Sou eu quem sei todos os seus segredos traduzidos em meus conflitos. Vem

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Febre

Ardendo em febre no meio daquela multidão incansável, eu olhava adiante sem mirar em nada - minha cabeça não parava quieta.
Foi então que em uma dessas passadas de olhar despretensiosas, houve uma troca entre dois. Eu te vi, olhando pra mim - ruborizei e resolvi retribuir.
Aos poucos a multidão sumia do meu campo de visão que parecia embaçar-se aos poucos. Não dei muita importância, fixei meu olhar em você, como se isso já te fizesse meu. Sentindo a reciprocidade voraz dos seus olhos castanhos.

Andei, até que a multidão, junto com você, sumiram por inteiro e eu senti o peso do meu corpo se largando no chão sem ter como me apoiar ou segurar.

Acordei sem saber aonde estava, o quarto parecia de uma limpeza quase cirúrgica. Olhei em volta e percebi estar em hospital, mas ainda era um mistério como eu havia chegado aqui. Mais importante: olhei e não te achei, havia perdido você como um delírio de febre terçã.
Levantei e ainda me sentia fraco, fui à porta tentar abrir quando senti uma tontura, voltei para me apoiar na cama e senti um corpo quente me envolvendo. Olhei, e encontrei seus olhos que achei ter perdido para sempre.

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