Porque eu já não consigo mais fazer aquelas palavras, sem razão, sem noção, tornem-se aqueles poemas de amor que eu tanto sonhei em dedica-los?
Será que eu sou assim, frio como uma daquelas travesses de aço que costumamos ter na cozinha?
Ultimamente a cozinha tem me servido como um prato cheio para as metáforas que ouso em arranhar. Queria continuar sendo aquele prato cheio e bem-servido, palavras a não me faltarem e poemas de amor, por assim se dizer, continuarem a jorrar gostosos de mim, como aquele vinho tinto.
Mas não há vinho, não há prato cheio.
Há somente a frigidez, a rigidez e a inapetência.
Por favor, porque não posso voltar a ser o que sempre achei que fosse?
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